Ao trabalhar na cobertura jornalística de uma reintegração de posse de terreno tomado por manifestantes na SC-401, em Florianópolis, o repórter-fotográfico do Diário Catarinense Marco Favero foi preso por policiais militares na tarde deste sábado. O local é o mesmo da ocupação Amarildo, retirada da região em 2014.
O profissional cobria a ação da polícia, por volta das 12h15min, quando foi algemado e colocado dentro da viatura. Ao tentar conversar com os policiais ao ser preso, Favero recebeu a justificativa de que estava sendo algemado "para sua própria segurança", já que estava dentro da área isolada pela PM.
– Os manifestantes saíram da cerca de arame para negociar com os policiais e eu fui junto para acompanhar a situação. Quando voltaram, me agarraram pelo colete. Justificaram que eu ofereci resistência. Fui o primeiro a ser preso. Apesar de ter me identificado como fotógrafo do DC, me algemaram e colocaram na viatura. Vi outros jornalistas dentro do terreno, mas naquele momento só eu fui preso.
Mesmo algemado, Favero conseguiu avisar colegas do jornal, que acionaram o departamento jurídico da empresa. O jornalista ficou cerca de 40 minutos preso dentro da viatura até ser liberado no local. Um boletim da ocorrência foi registrado pela empresa.
- Não havia motivo para a detenção. O repórter-fotográfico não estava ocupando um espaço que atrapalhasse a ação policial. A ação policial militar de Florianópolis impediu o trabalho da imprensa, um dos pilares da sociedade democrática - afirma o editor-chefe do DC, Domingos Aquino.
O que diz a Polícia Militar
De acordo com o major Aires Volnei Pilonetto, da Comunicação Social da PM, os policiais chegaram no local e houve a leitura da decisão judicial de reintegração de posse.
- Havia a invasão com um limite com fita onde deveriam ficar os profissionais de imprensa, esse profissional não respeitou o local, mesmo solicitado. E quando teve de ser deflagrada a reintegração, ele foi retirado do local e algemado para a segurança dele e para permitir que a Polícia Militar terminasse a operação. Logo após ele foi liberado por não haver necessidade de ser levado para a delegacia - disse Pilonetto.