Congressistas catarinenses do PT não pouparam ataques verbais ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), após o peemedebista deflagrar processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Como contra taque, membros do partido já estudam formas de inviabilizar o procedimento com um recurso no Supremo Tribunal Federal (STF), alegando que não há fatos que sustentem o afastamento.
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O deputado federal Décio Lima (PT) sinalizou a possibilidade de levar o assunto à Suprema Corte. Após a sessão da Câmara, ele disse que Cunha “é um ladrão sem autoridade moral” para iniciar um impeachment, uma vez que o presidente da Casa é investigado por manter contas suspeitas no exterior. Também acusou o peemedebista de fechar um acordo com a oposição: ele teria instalado o procedimento contra Dilma para obter votos contrários à sua cassação no Conselho de Ética.
Outro deputado petista, Pedro Uczai classificou como “nojenta” e “chantageadora” a posição de Cunha. O parlamentar afirma que o processo de impeachment também é uma represália do peemedebista contra o PT, que decidiu votar pela admissibilidade da cassação do presidente da Câmara no Conselho de Ética.
Já a oposição catarinense aproveitou para comemorar. O deputado Marco Tebaldi (PSDB) disse que, apesar da forma turbulenta com que Cunha iniciou o processo, foi uma “decisão louvável”. Mas, ao contrário do que os adversários petistas estão ventilando, ele garante que, mesmo assim, irá votar pela cassação do peemedebista.
O ninho tucano no Senado também expressou contentamento. Em vídeo publicado nas redes sociais, o senador Paulo Bauer disse que, embora seja um momento sério e grave da vida pública, trata-se de uma fase “que o Brasil precisa ultrapassar”. O também senador Dalírio Beber afirmou que o impeachment corresponde a um sentimento predominante que havia ficado evidente durante as eleições de 2014.
Diante da batalha entre Dilma e Cunha, o deputado federal Esperidião Amin (PP) disse que os dois processos – de impeachment da petista e cassação do peemedebista – são fatores fortes o suficiente para que os demais parlamentares se auto convoquem para tratá-los durante o recesso que começa neste mês de dezembro.
Confira os comentários dos parlamentares catarinenses em Brasília:
Pedro Uczai (deputado federal do PT)
“O cunha é chantagista. Ele já foi denunciado e não tem autoridade moral para essa decisão. Cassamos o André Vargas (PT) por muito menos. Se isso significa guerra, nós vamos enfrentar. Vamos cassar o Cunha também.”
Décio Lima (deputado federal do PT)
“O Cunha não tem credibilidade. Trata-se de um ladrão com contas em paraísos fiscais que quer macular a democracia. Isso é afirmação de um golpe. Nunca houve acordo com ele para evitar sua cassação. Jamais nos aliaríamos a um psicopata.”
Marco Tebaldi (deputado federal do PSDB)
“A decisão, embora tardia, é um avanço. Não há mais condições de continuar do jeito que está. É um decisão louvável, é aquilo que a opinião pública quer. O governo não tem mais onde se sustentar.”
Dalírio Beber (senador do PSDB)
“É a resposta de um sentimento predominante nas ruas. A Campanha da Dilma da eleição passada não correspondeu com a verdade. E agora em 2015, só tivemos notícias ruins do governo federal."
Paulo Bauer (senador do PSDB)
“Cunha anunciou finalmente que acolhe o pedido. É um momento sério e grave da política, mas é um momento que precisamos ultrapassar. O impeachment finalmente está acolhido e certamente será votado pelos deputados federais.”
Esperidião Amin (deputado federal do PP)
“É a crônica da morte anunciada. Do estamos lendo e vendo, era esperado que o processo de impeachment iniciasse. Diante deste momento, acho que os parlamentares devem se autoconvocar durante o recesso para tratar destes processos no Legislativo.