O menor preço do litro de gasolina sofreu uma variação de R$ 0,60 entre janeiro e dezembro deste ano em Santa Maria. Em janeiro, o litro mais barato custava R$ 2,87. Hoje, custa R$ 3,48 (Posto São Francisco, Ângelo Bolson). Se compararmos o menor valor em janeiro com o maior valor em dezembro, a variação chega até R$ 0,87.
Entre os motivos estão o retorno da Cide (imposto sobre a gasolina), aumento dos PIS/Cofins, da conta de luz e também a cotação do dólar, que afetou a produção do etanol que é adicionado à gasolina. O resultado foi o aumento médio de 18% no litro da gasolina.
Com a vigência da nova alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), a partir de 1º de janeiro, o litro do combustível deve subir R$ 0,08.
Conforme o professor do curso de Economia do Centro Universitário Franciscano (Unifra), Mateus Frozza, a tendência é que já na primeira semana de 2016 o valor suba mais, isso, pois os proprietários de postos de combustível devem repassar integralmente ao consumidor a alta do do ICMS.
“No ano de 2015, o que acompanhou a suba dos combustíveis, além dos aumentos dos impostos, vinculados principalmente à Cide, foi a variação cambial muito significativa com os escândalos da Petrobrás”, explica. “Provavelmente, já na primeira semana do ano, a gasolina, em Santa Maria, pode chegar, em média, em um aumento entre R$ 0,25 e R$ 0,30”.
O professor Frozza aponta que o aumento dos tributos no setor de combustível tem relação com o cenário de corrupção que enfrenta a política brasileira.
“Há uma função arrecadatória por detrás disso. Quanto eu estou arrecadando através do combustível, automaticamente eu estou deixando a sonegação de lado”, diz. “O governo está aumentando imposto em setores cruciais, como o do combustível, onde é difícil sonegar e fácil de arrecadar”.
Ele acredita que o que pode reduzir o aumento é a concorrência. No entanto, a variação de preço de um posto para o outro, prevê, deve chegar até R$ 0,05.
Outros setores serão afetados por conta dessa alta, como o do transporte (passagem de ônibus e transporte escolar), bem como supermercadista (como hortifrutigranjeiros, já que tem reposição mais rápida nos estabelecimentos). Sendo assim: toda cadeira produtiva que exige logística rodoviária será impactada.