Os autores dos ataques de 13 de novembro em Paris coordenaram toda a ação em tempo real por telefone entre si e com um ou mais interlocutores não identificados na Bélgica, de acordo com elementos da investigação fornecidos por uma fonte próxima ao caso à AFP.
Esta coordenação foi em parte revelada pelo procurador de Paris, François Molins, após os ataques contra a casa de shows Bataclan, cafés e restaurantes e perto do Stade de France, que fizeram 130 mortos e centenas de feridos.
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Os dados telefônicos, detalhados nesta quarta-feira pelo jornal Le Monde e aos quais a AFP também teve acesso, indicam que os jihadistas presentes nos arredores do Stade de France e aqueles que abriram fogo contra os bares e restaurantes no centro da capital, comunicavam-se em tempo real sobre suas ações. Além disso, utilizando dois telefones diferentes, uma ou mais pessoas na Bélgica trocaram mensagens com os três comandos.
Às 20h01min GMT de 13 de novembro, um homem, que os investigadores acreditam ser Bilal Hadfi, um francês que nasceu e sempre viveu na Bélgica, foi filmado ao telefone perto do Stade de France, acompanhado por duas pessoas, provavelmente os dois homens-bomba cujos corpos foram encontrados em posse de passaportes sírios usurpados. Salah Abdeslam teria deixado esse grupo pouco antes.
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Um número que pode ter sido o de Bilal Hadfi esteve em contato regular com um telefone utilizado pelo comando que atacou os cafés e restaurantes, ao qual pertencia o jihadista belga Abdelhamid Abaaoud. Bilal Hadfi também manteve contato com um telefone na Bélgica.
Os três homens-bomba do Stade de France, que testemunhas afirmam que pelo menos um tentou sem sucesso entrar no estádio onde era disputada uma partida entre as seleções da França e da Alemanha, explodiram-se às 20h17 (GMT), 20h20 e 20h53.
Neste intervalo, às 20h42min GMT, um dos assassinos do Bataclan enviou uma mensagem de texto para outro telefone, localizado na Bélgica: "Nós começamos". O telefone utilizado para o envio, contendo plantas da casa de shows, foi encontrado em uma lata de lixo nas proximidades.
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Um número na Bélgica também esteve em contato durante este período com um telefone que pode ter sido utilizado por Abdelhamid Abaaoud ou outro membro do comando dos cafés.
Os investigadores trabalham para determinar quem seria o ou os interlocutores na Bélgica. Além disso, o inquérito revelou que o fugitivo Salah Abdeslam, provavelmente o "décimo homem" de 13 de novembro, utilizava cinco números de telefone.
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Nove autores dos ataques morreram e seis foram identificados. Além de Salah Abdeslam, Mohamed Abrini está foragido. Ele acompanhou Salah na França no dia anterior aos ataques.
Um membro de sua comitiva, Ahmed Dahmani, foi preso em meados de novembro na Turquia, onde chegou após os ataques. Dois homens, cujas identidades não foram reveladas, estão presos na Áustria.
* AFP