Um vídeo comprovaria a ação de um nono terrorista na onda de atentados na noite da última sexta-feira passada, em Paris, segundo uma fonte ligada às investigações. A polícia acredita que ele esteja foragido, ou que possa fazer parte do grupo de suspeitos detidos na Bélgica.
O comando terrorista era integrado pelo francês Brahim Abdeslam, que detonou um cinturão de explosivos em um restaurante, e provavelmente por seu irmão Salah Abdeslam, um francês de 26 anos nascido em Bruxelas que também está foragido.
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Na noite de segunda-feira, a polícia belga emitiu um novo alerta de busca contra Salah. Havia suspeitas de que ele pudesse estar em uma casa em Molenbeeck, um subúrbio de Bruxelas.
O governo decidiu elevar para três o nível de alerta no reino, que chega a um total de quatro. Isso levou ao cancelamento dos amistosos desta terça-feira entre Alemanha e Holanda, Bélgica e Espanha.
Com as ameaças de atentados consideradas "possíveis e verossímeis", o governo também decidiu deslocar 300 militares adicionais para proteger estações de trem, metrô, ou aeroportos, informou o gabinete do primeiro-ministro belga, Charles Michel, em um comunicado. A esse efetivo, somam-se os 220 militares já mobilizados.
O irmão de Salah Abdeslam detido no sábado à tarde em uma importante operação policial em Molenbeeck ligada à investigação dos atentados, mas liberado sem acusações na segunda-feira, declarou nesta terça-feira que aconselhava o irmão a se entregar.
- Evidentemente, aconselho que se entregue à polícia para que a Justiça possa esclarecer esta história - disse Mohamed Abdeslam em entrevista, em Bruxelas, difundida nesta terça-feira pelo canal de TV BFMTV.
Mohamed Abdeslam destacou que seu irmão "é supostamente inocente".
- O melhor seria que se entregasse para que a Justiça pudesse esclarecer essa história, já que, lembro-lhe, que Salah ainda não foi indagado pela polícia e, por isso, é supostamente inocente - disse Mohamed na entrevista. - Não sabemos onde pode estar. Claro, uma fuga se organiza, custa muito dinheiro, não pode ficar entre quatro paredes esperando que venham buscá-lo - acrescentou.
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Na segunda-feira, a Justiça denunciou por "atentado terrorista" Mohammed Amri, de 27 anos, e Hamza Attou, de 21, que foram revistados pela polícia francesa. Eles estavam no mesmo veículo que Salah Abdeslam na manhã de sábado na auto-estrada a 60 km da fronteira com a Bélgica. Os dois homens negam sua participação nos atentados e disseram aos investigadores que apenas responderam ao chamado de Salah, que pediu que fossem buscá-lo em Paris.
Atentados em Paris
Mais de cem pessoas morreram na noite da última sexta-feira, em Paris, na França, após uma série de ataques terroristas em diversos locais da capital francesa. Tiroteios e explosões ocorreram de maneira coordenada em seis lugares: no Boulevard Voltaire, em frente ao bar La Belle, Bataclan, na Rua de la Fontaine, no bar Carillon e no Stade de France. Logo após os ataques, o presidente francês, François Hollande, decretou estado de emergência e fechou as fronteiras do país.
Em vídeo, veja como foi a sequência dos ataques em Paris:
Poucas horas depois, o Estado Islâmico assumiu a autoria dos atentados. A polícia fez prisões, na Bélgica e na Alemanha, de suspeitos de envolvimento com os ataques em Paris, mas ainda trabalha para identificar os nomes de todos os possíveis envolvidos.
Confira o mapa dos ataques:
*AFP