Não fechar as portas da UE
Ao contrário do fluxo de refugiados sírios, as migrações da África são "um problema de longo prazo", ressalta um diplomata europeu.
Uma das questões mais espinhosas em Valletta refere-se ao "regresso e readmissão" na África de imigrantes em situação irregular, que a UE quer acelerar.
A cúpula deverá conduzir a um "plano de ação" com projetos concretos até o final de 2016: ajudas financeiras e de logística serão propostas, bem com planos de reintegração.
Mas os países africanos se queixam de "dois pesos, duas medidas" entre o tratamento dos seus cidadãos e dos requerentes de asilo sírios. Eles pedem que os europeus não fechem totalmente suas portas, desenvolvendo "canais de migração legal" (turismo, estudo, trabalho). Mas os líderes europeus, preocupados com as reações de suas opiniões públicas são muito cautelosos neste assunto.
A UE propõe igualmente ajudar o continente a lidar com a sua migração interna, ajudando os países que acolhem muitos migrantes, como o Sudão, Camarões e Etiópia.
As "migrações africanas dizem sobretudo respeito à África: a emigração econômica para a Europa é bastante baixa", ressaltou sobre este ponto um funcionário africano, explicando que a cúpula deveria buscar formas de "fixar os africanos que não estão ameaçados pela guerra através da atribuição de fundos para o desenvolvimento de empregos".
Um acordo específico da UE com a Etiópia deve ser anunciado em Valletta.
A Anistia Internacional teme precisamente a proliferação de acordos bilaterais discretos em Valletta. "A UE pretende terceirizar seu problema da migração", lamentou Iverna McGowan, funcionária da ONG, em entrevista à AFP.
* AFP