O piloto Alexandre Félix da Silva, 31 anos, que morreu em um acidente aéreo na noite deste domingo, no interior de São Vicente do Sul, havia se mudado para o Rio Grande do Sul há cerca de um mês. Segundo Andreia Félix da Silva, prima do piloto, ele veio para o Sul trabalhar em uma fazenda da Região Central.
Nascido em Tangará da Serra, no Mato Grosso, Silva sempre sonhou em ser piloto. Ainda adolescente, foi para Cuiabá cursar o Ensino Médio. Chegou a estudar Medicina em Santo Tomé, cidade argentina que faz fronteira com o município de São Borja, por três anos. Mas, em 2005, abandonou a faculdade e a Argentina para voltar a Cuiabá e estudar para ser piloto de avião.
- Ser piloto sempre foi o sonho dele. Sempre teve as melhores notas nos cursos, sempre foi muito elogiado, os melhores pousos eram os dele. Ele era espetacular no céu e por isso a gente quer saber o que houve na hora do acidente - afirma Andreia.
De Cuiabá, Alexandre mudou-se para a Bahia, onde continuou trabalhando com aviação agrícola. Recentemente recebeu a proposta de trabalhar em uma propriedade no Sul do Brasil, no interior de São Vicente do Sul, na Região Central do Rio Grande do Sul. Há um mês, ele morava na fazenda onde trabalhava. No capacete que usava durante os voos, sempre usava um terço pendurado no lado esquerdo.
- Ele chegou a relatar para a gente que foi a pior área que ele já tinha voado, mas ele sempre gostou de desafios. Para ele, relatar a dificuldade realmente devia ser difícil - comenta a prima da vítima.
Até as 10h35min desta segunda, o corpo de Alexandre passava por necropsia no Instituto Médico Legal de Santa Maria. Ele deve ser velado e enterrado em Tangará da Serra, mas não há previsão de quando será sepultado.
Segundo Andreia, Alexandre havia se separado da mulher pouco antes de se mudar para o Rio Grande do Sul. Era filho de Valmor Félix da Silva, que morreu há cerca de dois anos em um acidente de carro, e Eunice Gras. Ele era o filho do meio e tinha três irmãs: Vanice, Ida e Fernanda. Além das alturas, também era apaixonado por animais e pela família.
- Ele era uma pessoa sensacional, que sempre reunia a família. Era alto astral, uma pessoa diferente. E sempre queria ser o melhor em tudo - lembra Andreia.