Em pronunciamento durante evento com prefeitos, o presidente francês, François Hollande, pediu à população francesa, nesta quarta-feira (18), que não ceda ao medo após os ataques terroristas em Paris na semana passada e que a “vida deve continuar plenamente”.
Ele também defendeu uma coalizão internacional para combater o Estado Islâmico, informou que pretende prorrogar por três meses o estado de emergência no país e reiterou o compromisso de acolher 30 mil refugiados.
Hollande discursou após operação policial antiterrorista em Saint-Denis, no norte de Paris. Duas pessoas morreram durante a operação, sendo uma delas uma mulher que acionou um colete de explosivos, e sete foram detidas.
A operação teve como alvo Abdelhamid Abaaoud, considerado o “cérebro” dos atentados de sexta-feira em Paris.
“Através do terror, o Daesh [acrônimo árabe do Estado Islâmico] quer instilar o veneno da suspeita, da estigmatização, da divisão. Não vamos ceder à tentação de recuar, não vamos também ceder ao medo e aos excessos”, disse o presidente francês. “Nossa coesão social é a melhor resposta”, declarou.
Os atentados do dia 13, de autoria do Estado Islâmico, deixaram 129 mortos.
Hollande ressaltou que a França foi alvo dos terroristas por defender a liberdade e a diversidade. “Isso é o que os terroristas visaram: a ideia mesma da França. É a juventude da França que era o alvo, porque ela representa a vitalidade, a generosidade e a liberdade.”
O presidente pediu que os franceses retomem seus hábitos. “O que será da França sem seus museus, sem seus terraços, sem seus concertos, sem suas competições esportivas? O que será de nossas cidades sem o barulho de nossas atividades? E nossos municípios sem a fraternidade de nossas festas? Hoje, a França precisa de todas as suas energias para continuar a viver. Nós devemos isso por nossa economia, por nossos empregos e por nossa juventude.”