A alegação do senador Delcídio Amaral durante o primeiro depoimento à Polícia Federal (PF) de que recebeu o filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró "por questão humanitária" e "para dar uma palavra de conforto" foi rebatida pelo procurador da República Douglas Fischer, que atua na Operação Lava-Jato, em entrevista concedida à Rádio Gaúcha.
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- Parece claro, ao ouvir os áudios, que havia outros interesses por parte do senador, e por isso o Ministério Público teve que lançar mão de uma medida excepcional. Mas não vamos comentar mais o que ele disse por ora - disse Fischer.
A medida excepcional mencionada pelo procurador se refere à prisão preventiva de Delcídio, ocorrida na manhã de quarta-feira, que foi questionada pelos advogados do líder do governo no Senado sob a alegação de que o senador não havia sido formalmente acusado pelo Ministério Público Federal:
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- A necessidade da prisão se deu para impedir a continuidade dos crimes. Tínhamos a prova de que outros fatos estavam na iminência de ocorrer e tínhamos, também, um fato em flagrante - justificou o procurador.
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Ainda conforme Fischer, o senador reagiu de forma serena no momento da prisão, permitindo a entrada da polícia em sua casa de forma tranquila:
- Quando o delegado deu a voz de prisão, a reação de Delcídio foi tranquila. Ele questionou apenas como seria possível haver a prisão de um parlamentar.