O número de casamentos civis realizados entre pessoas do mesmo sexo aumentou 41% em apenas um ano no Rio Grande do Sul. Os números absolutos divulgados nesta segunda-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), porém, ainda são modestos: houve 212 uniões homossexuais no ano passado, contra 150 registros em 2013.
Os casamentos realizados entre gays em 2014 representaram apenas 0,5% de todas as uniões registradas nos cartórios no Estado. A tendência de crescimento, porém, ainda é recente e reflete as mudanças na legislação brasileira que facilitam a formalização das famílias homoafetivas. O Conselho Nacional de Justiça determinou em 2013 que todos os cartórios do país a reconhecessem o casamento entre pessoas do mesmo sexo - medida combatida por setores conservadores atualmente no Congresso.
Uma curiosidade: o número de casais formados por homens e por mulheres foi exatamente o mesmo no Rio Grande do Sul. Tanto eles quanto elas registraram 106 novas famílias de papel passado em todo o Estado.
Conforme as Estatísticas do Registro Civil 2014, em todo o país o crescimento do casamento gay chegou a 31%. Houve 3.701 uniões homossexuais em 2013, contra 4.854 no ano passado.
Deste total, a maior parte das novas famílias formalizadas envolveu casais de mulheres: elas registraram 1,9 mil uniões, em comparação a 1,7 mil casais masculinos.
OUTROS DADOS DA PESQUISA
- O Rio Grande do Sul segue como uma das regiões onde as pessoas menos querem casar no país. Era o Estado com menor taxa de nupcialidade em 2013 (4,6 uniões por mil habitantes com mais de 15 anos) e, no ano passado, ficou em segundo lugar, com 4,63 - atrás apenas do Amapá, com índice 4,26.
- Os brasileiros seguem casando cada vez mais tarde: em 1974, os homens casavam, em média, com 27 anos, e as mulheres, com 23. No ano passado, as idades ficaram em 33 e 30 anos, respectivamente.
- No caso dos casais gays, a idade média com que se casaram em 2014 foi 34 anos no Brasil, tanto para homens quanto para mulheres. No Rio Grande do Sul, ficou em 35 anos.
- Aumenta a proporção de recasamentos (quando pelo menos um dos cônjuges era solteiro) entre o total de uniões no país. Eram 13,7% em 2004, e passaram a 23,6% no ano passado.