Vários bombardeios executados por aviões franceses destruíram no domingo à noite um campo de treinamento e depósitos de armas em Raqa, reduto do grupo Estado Islâmico (EI) na Síria, anunciou a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
- Durante a noite aconteceram pelo menos 36 explosões em Raqa, algumas provocadas por bombardeios aéreos, outras apenas por explosivos - afirmou Rami Abdel Rahman, diretor do OSDH, que tem uma grande rede de fontes na Síria.
AO VIVO: ataques matam 129 e ferem cerca de 350 pessoas em Paris
Premier alerta que novos atentados são planejados contra a França e outros países
- As explosões sacudiram toda a cidade, aconteceram bombardeios ao norte e ao sul de Raqa - completou Abdel Rahman, para quem as explosões podem ter sido provocadas pelos ataques aéreos franceses.
Entre os alvos, o OSDH citou a "Brigada 17", um campo de treinamento que abriga depósitos de armas. O diretor do OSDH não soube informar se os ataques deixaram vítimas.
O Ministério da Defesa da França informou que 10 caças lançaram 20 bombas no domingo à noite na região norte da Síria, destruindo um posto de comando e um campo de treinamento do EI.
O grupo jihadista reivindicou no sábado os atentados de sexta-feira em Paris que deixaram pelo menos 129 mortos e mais de 350 feridos.
Doze aviões, incluindo 10 caças, participaram simultaneamente, a partir dos Emirados Árabes Unidos e Jordânia, na operação em Raqa.
O presidente francês, François Hollande, advertiu no sábado que o país seria "implacável" tanto a nível interno como externo após os atentados, que chamou de "ato de guerra".
A França participa há um ano na coalizão internacional contra o EI no Iraque e desde setembro ampliou as operações à Síria.
Atentados em Paris
Mais de cem pessoas morreram na noite de sexta-feira, em Paris, na França, após uma série de ataques terroristas em diversos locais da capital francesa. Tiroteios e explosões ocorreram de maneira coordenada em seis lugares: no Boulevard Voltaire, em frente ao bar La Belle, Bataclan, na Rua de la Fontaine, no bar Carillon e no Stade de France. Logo após os ataques, o presidente francês, François Hollande, decretou estado de emergência e fechou as fronteiras do país.
Em vídeo, veja como foi a sequência dos ataques em Paris:
Poucas horas depois das mortes, o Estado Islâmico assumiu a autoria dos atentados. A polícia fez prisões, na Bélgica, de suspeitos de envolvimento com os ataques em Paris, mas ainda trabalha para identificar os nomes de todos os possíveis envolvidos na ação. Oito terroristas morreram durante as ações, mas acredita-se que outros organizadores dos atentados estejam à solta.
O Itamaraty confirmou dois brasileiros entre os feridos nos atentados, que já estão fora de perigo.
Confira o mapa dos ataques:
* AFP