Pelo menos 10 mil pessoas foram atingidas pelo temporal no município de Rio Pardo, o que corresponde a praticamente um terço da população total, que é de 37,5 mil pessoas, segundo dados do IBGE. A situação é de caos na cidade, que está sem luz desde a noite desta quarta-feira e segue contabilizando os prejuízos, tanto na área urbana, quanto na parte rural.
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A Defesa Civil municipal recebeu registros de perdas em lavouras de arroz, que acabou de ser semeado, e em plantações de fumo e trigo. A agropecuária também foi afetada. Na cidade, o vento derrubou o muro de um estádio, destelhou um hospital e um asilo e ainda danificou a estrutura da Secretaria de Assistência Social, onde estavam as doações recebidas pela enchente da semana passada, sendo a maioria alimentos.
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- Posso dizer que toda cidade foi atingida - lamenta o coordenador regional da Defesa Civil, Ricardo Gerhard, retratando o cenário atual de Rio Pardo.
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Morador de Canoas abrigou-se dentro do roupeiro para fugir do granizo Família Siqueira teve prejuízos com o temporal Foto: Bruna Scirea/Ag. RBS
O prefeito, Fernando Henrique Schwanke, se reuniu com a Defesa Civil da cidade para encaminhar o decreto de situação de emergência.
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- Na última semana, a enchente pegou boa parte da população por baixo. Os que ainda não haviam sido prejudicados agora foram atingidos por cima. A gente já estava com plenas condições de decretar situação de emergência - relata o coordenador municipal da Defesa Civil, Jorge Poeta.
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O cadastro dos atingidos está sendo organizado na sede da prefeitura. Duas mil famílias já foram relacionadas para o recebimento de lonas, pois tiveram suas casas destelhadas pelo temporal. A distribuição de doações está sendo feita no salão paroquial da igreja.
Na tarde desta quinta-feira, o sol se abriu, ajudando na reconstrução dos telhados danificados. Mas o prenúncio, pelo calor, e conforme expectativa da Defesa Civil, era de mais chuva.
- Nunca se ouviu tanto barulho de martelo nessa cidade. Também nunca se viu chuva como essa, nem tanto vento, nem tanta pedra. E, com esse calorão, deve vir mais - avalia o pedreiro Jorge Siqueira, 50 anos.
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Na casa da irmã de Jorge, também no bairro Jardim Boa Vista, um dos mais atingidos, o estrago foi ainda maior. Telhas voaram, a matriarca da casa de 78 anos, escondeu-se sob a mesa de jantar e as crianças choraram de medo.
- Tenho 48 anos mas costas e não tinha visto nada perto disso. A brasilite voou toda. E, agora, onde tu botar a mão, verte água - afirma a dona de casa Maria Eliana Siqueira.
*Zero Hora