Depois de sofrer por muito tempo com a ação de assaltantes, os taxistas começam a mudar esse panorama. Pelo menos 60 táxis de Santa Maria já contam com o dispositivo chamado "botão do pânico". Na cidade, só neste mês, no mínimo dois assaltos foram frustrados após os motoristas acionarem o dispositivo.
Foi graças ao "botão do pânico" que Irio Schütz, 70 anos, 28 deles ao volante de um táxi, continuou com a marca de nunca ter sido assaltado durante uma corrida. No dia 12 de outubro, após desconfiar de dois jovens que pediram para mudar a rota no meio do caminho, o veterano foi salvo por um colega, na Faixa Nova de Camobi, que foi avisado do fato pela central de táxis. Porém, nesse caso, não deu tempo de a Brigada Militar chegar, e os suspeitos fugiram.
- Vai da nossa desconfiança. Já foi a segunda tentativa que escapei. Esse botão ajuda muito mais em vez de ser perigoso. Temos que nos precaver cada vez mais. A violência aumenta, e precisamos procurar esses meios mais modernos - avalia Schütz.
- Tínhamos que fazer alguma coisa devido ao número de assaltos. De três em três dias, tínhamos colegas assaltados. Esse botão do pânico veio a somar, nos dar mais segurança - afirma o presidente da Associação dos Condutores de Táxis de Santa Maria (Atasm), Volmar Arruda.
Por enquanto, cerca de 60 táxis da Atasm, todos da nova frota liberada pela prefeitura de Santa Maria, já estão com o dispositivo, que funciona por satélite (veja no quadro). O sistema está em funcionamento há dois meses e ainda precisa de alguns ajustes. Conforme Arruda, o tempo de resposta entre o botão ser acionado e a Brigada Militar ser avisada é de um minuto e meio.
Precaução
Apesar da eficácia até então, dois pontos geram questionamentos. O cuidado dos taxistas para que os assaltantes não percebam que o dispositivo foi acionado, evitando uma reação dos bandidos, e o risco de os taxistas tentarem "fazer justiça com as próprias mãos".
- É uma boa ferramenta, mas é preciso cuidado. O assaltante pode reagir e ser mais violento. Muita cautela. Mas, em caso de o suspeito ser pego, a orientação é que, se conseguirem, imobilizem-no e não façam nada até a chegada da Brigada - aconselha o major Paulo Garcia, da Brigada Militar de Santa Maria.
Segundo o presidente do Sindicato dos Taxistas de Santa Maria, que conta com cerca de 185 profissionais, Marco Antonio Fogliarini, em novembro será discutido se a associação também vai aderir ao sistema de segurança.
COMO FUNCIONA
Em funcionamento há cerca de dois meses em Santa Maria, "botão do pânico" já ajudou pelo menos dois motoristas a serem salvos de assaltos. Sistema funciona por monitoramento via satélite:
- A Atasm investiu cerca de R$ 7 mil para implementação do sistema
- Cada taxista que tem o equipamento instalado paga uma mensalidade de pouco mais de R$ 60
- A expectativa é que até o final do ano todos os cerca de 150 associados da Atasm contem com o "botão do pânico"
- O dispositivo fica em um local de fácil acesso e que pode ser acionado pelo motorista sem ser percebido
- Assim que acionado, o ícone do táxi aparece em destaque, com um círculo em vermelho, na central de monitoramento da Atasm, onde todos os táxis são acompanhados em tempo real
- Todos os outros veículos desaparecem do mapa e apenas o carro "em pânico" fica visível, para que seja acompanhado o trajeto
- Quem está na central de monitoramento aciona a Brigada Militar e outros taxistas, para que prestem socorro ao colega em apuros