O objetivo era socorrer uma senhora com pressão alta no trensurb, mas quem recebeu a maior ajuda foi o enfermeiro Moussa Sene, 34 anos, senegalês que deu o atendimento à mulher na sexta-feira da semana passada.
A história foi contada nas redes sociais e fez sucesso. Moussa recebeu dezenas de ofertas de ajuda, incluindo duas propostas de emprego como enfermeiro, função que exerceu por mais de 15 anos no Senegal.
O Diário Gaúcho conversou com o africano, que está há um ano e meio no Brasil trabalhando como ajudante de caminhão numa empresa de bebidas. Ele comenta estes dias de esperanças renovadas, enquanto aguarda o resultado da validação do seu diploma de enfermeiro no Brasil.
Diário Gaúcho - Quantas entrevistas você deu nesta semana?
Moussa Sene - Muitas, para muita gente! Todos os dias, para todas as emissoras do Brasil.
Diário - Por que a atitude de socorrer a senhora que passava mal causou tanto alvoroço?
Moussa - Não sei. Eu só quero ajudar pessoas doentes. Gosto de ajudar.
Diário - Você recebeu propostas de emprego para trabalhar na área da saúde?
Moussa - Sim! Me chamaram para fazer duas entrevistas, tive duas propostas. Ainda não tenho os resultados. Meu sonho é trabalhar como enfermeiro.
Diário - Como enfermeiro, você deve ganhar mais do que como ajudante. Quais são os planos para este dinheiro extra?
Moussa - Meu sonho é trazer minha família para morar comigo, em Novo Hamburgo (ele mora no Bairro Rio Branco). Ficaram no Senegal minha mulher, meu pai e meus dois filhos. Tenho um menino e uma menina. Minha mãe faleceu há um ano.