Baleado na coluna em 27 de setembro em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos, Gustavo Nalovaiko Neves, 12 anos, terá sequelas permanentes em um dos pés. De acordo com o pai dele, o médico-cirurgião Rogério Neves, o garoto não conseguirá, por exemplo, realizar atividades esportivas que exijam movimentação vertical no pé.
Gustavo foi ferido quando chegava em casa com a mãe, a estudante de Direito Ana Cristina Nalovaiko, e o irmão caçula, Fernando. O disparo veio de um Corolla, que parou ao lado do veículo da família no portão do condomínio onde eles moram, localizado no bairro Ouro Branco.
- Se ele conseguir caminhar, fazer as atividades cotidianas e ser independente, está ótimo, será uma vitória para nós - disse Rogério Neves.
Havia risco de o menino ficar tetraplégico, mas após uma cirurgia ele recuperou, aos poucos, os movimentos nas pernas. A mãe dele perdeu 30% do fígado. Ambos devem ter alta nesta quarta-feira do Hospital Regina. Logo após o incidente, a Polícia Civil de Novo Hamburgo afirmou que o disparo foi motivado por uma briga de trânsito.
O delegado Enizaldo Plentz, que investiga a tentativa de homicídio, relatou que o Corolla seguiu o carro de Ana Cristina por quase 10 quilômetros, desde a saída de um shopping na BR-116 até o portão do condomínio da família (veja no vídeo abaixo). Neves estava em viagem no dia.
Em entrevista a Zero Hora, no entanto, a estudante garantiu ter "certeza absoluta" de que não se trata de uma briga de trânsito. Por isso, após ter alta, ela prestará novo depoimento à Polícia Civil, que já identificou um suspeito e deve pedir a prisão preventiva dele nesta quinta-feira. O homem foi condenado por homicídio em 2013 e está foragido desde então. O nome e as características dele ainda não foram divulgados pelo delegado Enizaldo Plentz. Antes de ser condenado pela Justiça, o suspeito, que é pintor e mora na Capital, aguardou o julgamento em liberdade.
- Ele está há dois anos escondido. Na pronúncia (de 2013), a juíza decretou a prisão e ele nunca mais foi visto - afirmou o delegado.
De acordo com Plentz, o atirador estava na companhia de um adolescente quando disparou com uma pistola .380 contra Ana Cristina e os dois garotos. O veículo foi apreendido.