Uma investigação do Instituto de Previdência do Estado (IPE) detectou que o Estado pode estar gastando R$ 2,5 milhões por mês com pensões irregulares a mulheres com união estável, mas que recebem o benefício como solteiras.
O IPE paga R$ 33 milhões em pensão, um direito no caso de morte de alguém da família segurado da previdência. No entanto, muitas mulheres não informam quando mudam o estado civil. Após diversas denúncias, o Instituto criou uma comissão para investigá-las. Reportagem da RBS TV veiculada nesta segunda-feira mostra que, de maio até agora, foi comprovado que 31 mulheres, de um total de 11,5 mil beneficiadas, têm união estável, mas recebiam os benefícios.
- A gente enviou os dados de todas as pensionistas e nesses apontamentos que a polícia fazia, a gente chegava ao endereço das pensionistas, o possível nome dos companheiros e a gente conseguia comprovar que realmente os companheiros declaravam o mesmo endereço - explica o presidente da sindicância do IPE, João Vieira.
As pensões irregulares foram suspensas. Por telefone, a reportagem da RBS TV conversou com mulheres que tiveram o benefício cortado. Todas negaram união estável.
- Esse homem que morava na sua casa por 20 anos e que tratava a sua neta como neta dele não era seu companheiro? - perguntou a repórter a uma das beneficiadas.
- Não, nunca tive nada com ele - respondeu ela.
Outros 19 casos estão sendo analisados. A Previdência suspeita de irregularidades em mais de mil pensões, que pagam entre R$ 788 reais e R$ 30 mil por mês.
- Nós temos 11,5 mil pensões sendo pagas, isso num custo mensal de R$ 33 milhões. Esses são recursos extremamente importantes para a sociedade gaúcha, enfim, recurso que falta na educação, na saúde, nas estradas. E esses recursos são bancados grande parte pelo estado - apontou o presidente do IPE, José Alfredo Parode.
As pensões pagas de forma irregular terão que ser devolvidas. Para evitar processos judiciais, o IPE orienta que as beneficiadas regularizem suas situações.