O prédio da Kiss está sob responsabilidade da Justiça, que só vai liberar o edifício quando não houver mais necessidade de fazer novas perícias no local. Porém, assim que o prédio for liberado, a dona do edifício, a Eccon Empreendimentos de Turismo e Hotelaria, de Porto Alegre, pretende construir um hotel com salas comerciais no térreo. É o que garante o advogado da Eccon, Paulo Henrique Corrêa da Silva.
Segundo ele, a menos que a prefeitura desaproprie e pague pelo prédio ou que a associação compre o edifício, a Eccon quer tocar adiante o projeto do hotel. Paulo Henrique Silva estima que o imóvel vale hoje de R$ 3 milhões a R$ 4 milhões.
- Seis meses antes, já existia esse projeto do hotel, que só não pôde ser tocado adiante porque ocorreu o incêndio. Agora, há ideias e propostas, mas vai depender da liberação do prédio pela Justiça - diz.
Se os planos da Eccon vingarem, isso poderia acabar com a ideia de fazer um memorial no local. A Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM) defende a construção de um memorial, mas quer comprar o prédio com dinheiro doado pela comunidade e empresários, mas não aceita a desapropriação pela prefeitura.
A Defesa Civil de Santa Maria isolou a calçada em frente à boate Kiss, na Rua dos Andradas, na manhã desta terça-feira. A medida foi tomada por questão de segurança, já que parte do letreiro da boate despencou na calçada. Por ser feita de compensado, a estrutura acabou ficando encharcada com a chuva e desabou.
A Defesa Civil acionou engenheiro da prefeitura para vistoriar o local, mas como o prédio está sob responsabilidade da Justiça, nenhuma medida será tomada enquanto não houver consentimento do juiz Ulysses Louzada, que estava em um curso, em Porto Alegre, e não pôde ser contatado ainda.