A Polícia Civil deve concluir nos próximos dias o inquérito que investiga o caso do senegalês Cheikh Oumar Foutyou Diba, 25 anos, que teve parte do corpo queimada em Santa Maria. O prazo inicial, de 30 dias, expirou no dia 12 deste mês. A expectativa é se haverá ou não indiciamento _ quando são apontados responsáveis pela prática do delito.
O laudo de corpo de delito do Posto Médico-Legal confirmou que Diba teve, basicamente, queimaduras de primeiro grau na perna e mão esquerdas e de segundo grau em uma fração de 1% da área atingida na perna. Que os ferimentos foram provocados por fogo e que não resultaram em risco de morte ao imigrante.
Já o laudo da perícia nos locais das supostas agressões reforça a tese da polícia de que o fato ocorreu no vagão da gare. Os peritos criminais federais da Unidade Técnico-Científica da Delegacia de Polícia Federal de Santa Maria, que apoiam a investigação, apontaram que não havia vestígios de fogo no lugar indicado por Diba como sendo onde ele teria sido agredido. Ele disse à polícia que dormiu em um colchão em um espaço ao ar livre, na lateral de uma ponte sobre um curso d'água, na Rua Borges do Canto esquina com a Avenida Itaimbé.
No vagão, segundo os peritos da PF, a presença de cinzas, fuligem, fragmentos queimados de espuma, de embalagens plásticas de alimentos e de vestimentas e um isqueiro, indicam que houve fogo no lugar.
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Segundo o delegado Carlos Alberto Dias Gonçalves, que conduz o caso na 2ª Delegacia de Polícia Civil, de todas as interrogações iniciais, uma permanece: como ocorreram as queimaduras no imigrante.
Para esclarecer este ponto, a polícia ainda tenta encontrar dois moradores de rua que teriam passado parte da noite ao lado de Diba no vagão. O relato dessas testemunhas sobre o que presenciaram naquela madrugada ajudaria a elucidar as circunstâncias de como começou o fogo que atingiu Diba. E, portanto, influenciar no resultado _ o indiciamento ou não de alguém.