O ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato retornou ao Brasil nesta sexta-feira, após ter a extradição autorizada pelo governo da Itália. Escoltado por 12 policiais, ele desembarcou no hangar da Polícia Federal, em Brasília, sem algemas, e seguiu para o Instituto Médico Legal (IML), onde fez exames de corpo de delito. Depois, foi para a penitenciária da Papuda, onde cumprirá pena pela condenação no processo do mensalão.
Pizzolato saiu de Milão rumo a São Paulo na quinta-feira. Ele viajou em um voo da TAM, escoltado, e foi vaiado por parte dos 180 passageiros que o reconheceram. É a primeira vez que a justiça italiana autoriza a extradição de um cidadão também brasileiro.
O ex-diretor do Banco do Brasil foi condenado a 12 anos e sete meses de prisão por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato, mas já cumpriu 18 meses na Itália. Descontado esse período, cumprirá o restante no Brasil e, a partir de 23 de junho de 2016, se apresentar bom comportamento, terá direito de progredir para o regime semiaberto.
O imbróglio sobre a extradição de Pizzolato durou um ano e oito meses, principalmente porque na Itália o entendimento era de que os presídios brasileiros não teriam capacidade de oferecer ao mensaleiro uma condição adequada para o cumprimento da pena. Pizzolato tem cidadania italiana e pedia para cumprir a pena no país europeu, para onde fugiu em novembro de 2013.
A Procuradoria-Geral da República gastou R$ 170 mil no processo de extradição. As despesas foram com viagens à Itália, tradução de acórdãos e produção de vídeos em italiano das condições das penitenciárias da Papuda, em Brasília, e de Itajaí e de Curitibanos, em Santa Catarina.
A PGR foi aos presídios catarinenses por precaução, já que, pelo fato de Pizzolato possuir família em SC, os advogados de defesa devem tentar transferi-lo para o Estado do Sul. A procuradoria apreendeu com Pizzolato a quantia de 113 mil euros, que vai tentar repatriar. Além disso, tanto a procuradoria como o Ministério da Justiça e a Advocacia-geral da União tentarão cobrar dele os valores gastos com o processo.