Contrário à criação da previdência complementar, aprovada nesta quarta-feira pelos deputados, o Movimento Unificado dos Servidores irá manter a vigília realizada na Praça da Matriz, em frente ao Palácio Piratini e à Assembleia Legislativa, pelo menos até o dia 22, quando deve ser votada a ampliação da alíquota básica do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de 17% para 18%.
Deputados aprovam oito dos 10 projetos do Executivo; veja lista
Além disso, o grupo - coordenado pelo Centro dos Professores (Cpers/Sindicato) e pela Federação Sindical dos Servidores Públicos do Rio Grande do Sul (Fessergs) - promete novas manifestações para outubro. A cada parcela dos salários, que novamente não devem ser pagos integralmente, farão três dias consecutivos de paralisação. Como a primeira parcela está prevista para 1º de outubro, a paralisação deve ocorrer nos dias 1º, 2 e 3.
Sindicatos de servidores do RS recomendam suspensão da greve
Irritado com a votação a portas fechadas do projeto da previdência, o presidente da Fessergs, Sergio Arnoud, classificou a medida como "um ato ilegal e ilegítimo" do Legislativo.
- Recebo com extrema indignação este ato antidemocrático, que inclusive contraria o regimento interno da Assembleia. Os deputados votaram com o plenário vazio. Nunca tínhamos assistido a algo parecido - reclamou.
Projeto aprovado na Assembleia autoriza negociação para pagar precatórios no RS
Durante toda esta quarta-feira, centenas de servidores ligados a 44 entidades sindicais estiveram mobilizados em frente ao Palácio Farroupilha, na tentativa de pressionar os deputados pela não apreciação do pacote de medidas em regime de urgência. À tarde, os parlamentares de oposição que abandonaram o plenário para não participar da votação tiveram os nomes lidos pelo alto-falante pelo presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT-RS), Claudir Antonio Nespolo, e acabaram ovacionados pelos manifestantes.
Rosane de Oliveira: mudança histórica com as galerias vazias
Bases eleitorais serão foco de protestos
Por outro lado, os 35 parlamentares que votaram pela aprovação da previdência foram vaiados. Em reunião realizada em uma das barracas onde os servidores mantêm a vigília, líderes dos diversos sindicatos decidiram realizar manifestações nas bases eleitorais dos deputados que votaram a favor do pacote. Segundo Sergio Arnoud, o primeiro evento acontecerá nesta quinta-feira, em Uruguaiana, área de influência do deputado estadual Frederico Antunes (PP).