O primeiro dos 19 peritos que prestarão depoimento à Justiça sobre o incêndio na boate Kiss foi ouvido nesta quarta-feira, em Porto Alegre. Nesta etapa do processo criminal sobre a tragédia que matou 242 pessoas, as audiências buscam esclarecer pontos das perícias feitas na casa noturna, nos itens de segurança e nos exames que atestaram a causa das mortes.
Por cerca de três horas, Osvaldo André Betat Brasílio respondeu às perguntas das defesas de três dos quatro réus do caso e, também, do assistente de acusação. Elissandro Spohr, Mauro Hoffmann, Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Bonilha Leão são acusados de homicídio com dolo eventual e tentativa de homicídio.
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Brasílio reiterou conclusões do laudo do Instituto-Geral de Perícias (IGP) sobre a ausência de chuveiros automáticos para apagar incêndios e de equipamentos para exaustão do ar, que, entre outros fatores, dificultaram o controle das chamas e o salvamento das vítimas na Kiss.
Ele também destacou que a espuma instalada na boate para isolamento acústico foi a principal propagadora das chamas, uma vez que foi tocada pela faísca acesa pelo vocalista da banda que se apresentava no local.
Os depoimentos de peritos seguem até 7 de outubro em Porto Alegre e Santa Maria. Inicialmente, 22 seriam ouvidos, mas três acabaram dispensados por pedido do IGP, que alegou problemas de saúde. O juiz Ulysses Fonseca Louzada, que conduz o processo, acatou.
* Zero Hora