A Polícia Civil garante que está prestes a prender o homem que perseguiu e atirou contra o carro em que estava uma mulher e seus dois filhos domingo à noite, em Novo Hamburgo.
Até esta terça-feira, o ataque na porta do edifício em que a família mora, no Bairro Ouro Branco, não tinha explicação. O único disparo feriu gravemente Ana Cristina Nalovaiko, 34 anos, e o filho Gustavo, de 12 anos. Ambos estão internados no Hospital Regina. A mãe, após melhora, segue em observação. O menino corre o risco de perder o movimento das pernas.
- Hoje (terça), nos abraçamos muito, conversamos muito. Ele me disse: "Pai, quero voltar a caminhar". - lembrou o médico Rogério Neves.
Perseguição
Mãe e filhos tinham passado a tarde em um shopping que fica junto à BR-116. Pouco depois de deixar o local, já na rodovia, ela percebeu o carro que vinha logo atrás fazendo sinal de luz. Segundo Rogério, Ana contou que trocou de pista para permitir a ultrapassagem, mas o automóvel, um Corolla prata, permaneceu no encalço.
Ainda na BR-116, conseguiu ganhar distância, mas dentro da cidade, os semáforos novamente aproximaram os veículos.
Junto ao prédio, ao parar para permitir a saída do carro de um vizinho pela garagem, o Corolla emparelhou. Pela janela do passageiro, o motorista atirou uma vez, acertando a porta do lado de Ana, pouco abaixo do vidro. A mesma bala feriu mãe e filho.
As três primeiras letras da placa do Corolla prata - IPX - foram identificadas pela polícia. O delegado Enizaldo Plentz, responsável pelo caso, acredita que a prisão do suspeito está encaminhada. Mas não arrisca um prazo.
- Não me parece que tenha sido uma tentativa de assalto ou de sequestro. Parece algum tipo de desavença. Algo que ocorreu no trânsito ou até antes, ainda no shopping. Acho que esse tiro fez mais dano do que se queria. Tenho a impressão de que era para dar um susto - afirma o delegado.
"Pai, quero voltar a caminhar"
Na terça-feira, o médico Rogério Neves conseguiu conversar com a mulher, Ana Cristina, e o filho Gustavo, de 12 anos, no hospital, em Novo Hamburgo. Ambos já conseguem se comunicar. Um quadro menos assustador do que o pai encontrou logo que chegou, na segunda-feira.
Diário Gaúcho: Como o senhor ficou sabendo?
Rogério Neves: Eu estava no Ceará a trabalho. O meu pequeno ligou dizendo que eles tinham sofrido um assalto e que a mãe tinha tomado um tiro. Desespero total, liguei para amigos e aí descobri que meu menino mais velho também tinha sido atingido.
DG: Como foi o encontro com o seu filho?
Rogério: Nos abraçamos muito, choramos. O Gustavo me disse "Pai, quero voltar a caminhar". Infelizmente, a bala atingiu a altura da 12ª vértebra. Requer cuidado, pode ter sequelas. Ele adora jogar futebol, basquete.
DG: E sua esposa?
Rogério: Ela está se comunicando com a gente, mas ainda não falei sobre o risco do Gustavo.