As organizações criminosas, investigadas pela Operação Ex-Câmbio, deflagrada nesta terça-feira em SC, RS e PR, utilizavam alguns artifícios para aparentar legalidade. Uma dessas ferramentas era a falsificação de identidades de pessoas físicas para justificar operações de câmbio manual, chamada de boletagem.
Leia mais:
Os detalhes do esquema de doleiros que movimentava US$ 600 milhões
PF desarticula esquema de doleiros que rendia US$ 600 milhões ao ano
Ex-jogador da Dupla Gre-Nal, Fábio Pinto é preso em Santa Catarina
De acordo com o coordenador da operação, delegado Christian Wurster, os doleiros conseguiam listas de CPFs de universidades, hotéis e auto-escolas, por exemplo, para utilizar na fraude. Os dados eram usados para justificar as transações nos limites impostos pelo Banco Central, de US$ 3 mil.
- Como a correspondente cambial trabalhava acima desse limite, usava os CPFs de pessoas que nunca fizeram uma operação de câmbio para fracionar esses valores em US$ 3 mil e poder justificar ao sistema brasileiro de câmbio que estava dentro da legalidade - esclarece.
Wurster afirma que durante a investigação o esquema chamou atenção:
- Uma das organizações teve quatro picos de transações em um mês. Ou seja, as pessoas teriam que fazer filas para comprar dólares somente nesses dias. E os nomes ainda foram lançados no sistema em ordem alfabética, o que não tem cabimento. Na maioria das vezes essas pessoas que são cadastradas nunca fizeram uma operação de câmbio - argumenta.
Confira a galeria de fotos da Operação Ex-Câmbio: