O dólar fechou em baixa nesta terça-feira, após ter terminado o dia a R$ 3,86 na sexta-feira, último pregão antes do feriado prolongado de 7 de setembro. A queda ocorreu após o Banco Central aumentar sua intervenção no câmbio e em meio ao avanço das bolsas chinesas.
A moeda norte-americana caiu 1,07%, a R$ 3,819 para venda. Na mínima da sessão, a moeda perdeu 2,1%, a R$ 3,7793. Neste ano, o dólar já subiu 43,64%. No mês, há alta acumulada de 5,29%.
No cenário externo, o mercado chinês conseguiu driblar as notícias de queda em suas importações e alcançou alguma estabilidade após o anúncio de medidas corretivas como a introdução do circuit break e a isenção de impostos para dividendos de investidores a longo prazo. Na Europa, dados positivos em relação ao crescimento da zona do euro, com destaque para a Alemanha, também puxaram suas bolsas para cima.
Em Wall Street - que também não abriu seus índices na última segunda-feira, em função do Dia do Trabalho - o Dow Jones subiu 2,42%, aos 16.492 pontos, e o S&P cresceu 2,49%, aos 1.969 pontos.
A postura do Banco Central
Com a disparada do dólar, o Banco Central (BC) decidiu fazer maior intervenção no mercado de câmbio e vender nesta terça-feira até US$ 3 bilhões das reservas internacionais, com o compromisso de comprar novamente os dólares em novembro. Com isso, a instituição tenta conter a alta da moeda.
Essa operação, chamada no mercado de leilão de linha, não era feita pelo BC desde março deste ano. Na ocasião, o órgão anunciou um leilão de rolagem (renovação de vendimento), mas, além da medida, vendeu US$ 200 milhões. A última vez que banco realizou um leilão de linha, sem rolagem, foi em dezembro de 2014, quando vendeu US$ 2 bilhões.
Ao negociar por meio dos leilões de linha, o Banco Central retira dólares das reservas internacionais, mas apenas por um período. O dinheiro volta às reservas com a compra feita pelo BC na data estabelecida no leilão.
Além disso, o banco tem usado outra ferramenta para intervir no mercado de câmbio: os swaps cambiais. Nesse caso, a intervenção não compromete as reservas internacionais. O banco oferta contratos de troca de rendimento no mercado futuro.
Apesar de serem em reais, as operações são atreladas à variação do dólar. No swap cambial, a autoridade monetária aposta em uma alta do dólar maior do que a taxa de depósito interbancário (DI), que é cobrada em transações entre bancos, e os investidores apostam no contrário.
No fim dos contratos, ocorre uma troca de rendimentos (swap) entre as duas partes. Quando o dólar sobe, o BC tem prejuízo proporcional ao número de contratos em vigor. Quando a cotação cai, os investidores deixam de lucrar.
Nos meses em que a moeda norte-americana sobe, o Banco Central tem prejuízo com as operações de swap. Quando a cotação cai, o órgão tem lucro. Os resultados são transferidos para os juros da dívida pública, aliviando as contas quando os contratos de swap são favoráveis à autoridade monetária e precisando ser cobertos com as emissões de títulos públicos pelo Tesouro Nacional quando ocorrer o oposto. O banco tem feito leilões para rolagem de contratos de swaps cambiais.
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*Zero Hora