A greve de três dias, avalizada por 43 categorias de servidores públicos estaduais, se encerra nesta sexta-feira. Com isso, os sindicatos confirmam que os serviços, incluindo aulas, policiamento e atendimento da saúde, voltam ao normal na próxima segunda-feira. Mas deixam um alerta: se o parcelamento se repetir, haverá nova greve - e desta vez, de quatro dias.
O governo do Estado ainda não confirma se haverá parcelamento na folha de agosto - mas também não nega. O governador José Ivo Sartori já afirmou que a situação financeira está mais crítica neste mês do que em julho, quando o teto pago a quase metade dos servidores no dia 31 foi de R$ 2.150.
Para agosto, existe a possibilidade de que o valor máximo seja de R$ 500. A assessoria da Sefaz disse, nesta sexta-feira, que a quantia paga só será confirmada no fim do mês.
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O balanço da paralisação dos últimos três dias, assim como as atividades de uma possível nova greve, será acordado em uma reunião unificada, com os representantes das categorias, às 14h de segunda-feira, na sede do Cpers. No entanto, a greve de quatro dias já foi aprovada pelos sindicatos no último dia 18 e acontecerá entre 31 de agosto e 3 de setembro, caso o parcelamento dos vencimentos de agosto se confirme.
De acordo com o presidente da Federação Sindical dos Servidores Públicos (Fessergs), Sérgio Arnoud, a tendência é que um grande ato público ocorra no dia 3 em frente ao Palácio Piratini.
- Se o governo quisesse pagar (os salários) em dia, poderia ampliar os saques judiciais, como o Judiciário já ofereceu. Só não fez porque não quer, porque quer manter o quadro o mais tenebroso possível para conseguir aprovar seus projetos na Assembleia - afirmou Arnoud.
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Entre as categorias que confirmaram entrar em greve, caso o fatiamento dos vencimentos se confirme, estão professores (Cpers-Sindicato), agentes da Polícia Civil (Ugerim-Sindicato), servidores de nível médio da Brigada Militar (Abamf), com a chamada operação-padrão, pois não podem legalmente fazer greve, e técnicos-científicos ligados ao atendimento no Hemocentro e hospitais, entre outros (Sintergs).
Já a associação dos oficiais da BM (Asofbm) afirma que, caso não recebem integralmente, os servidores irão retomar as 14 linhas de ação adotadas até a quitação do salário de julho, como paralisação das operações especiais, fim das horas-extra e não utilização de equipamentos que não estejam dentro da legalidade, entre outras.
A entidade que representa os delegados (Asdep) diz que vai continuar apoiando os agentes e realizando reuniões no Interior. No dia 31, caso haja parcelamento, duas medidas entrarão em vigor automaticamente: fim das operações policiais e não registro das ocorrências sem gravidade. Uma assembleia-geral da categoria está marcada para o dia 31 e poderá decidir por outras ações.
* Zero Hora