O primeiro dia da greve dos servidores públicos no Estado tem redução de efetivo da Brigada Militar, pedido de liminar para fechamento de bancos, escolas sem aulas. Aprovada em assembleia conjunta, as diversas categorias do funcionalismo na Capital respondem, até sexta-feira, às recentes medidas adotadas pelo governo de José Ivo Sartori para superar a crise financeira do Estado. O governador determinou corte do ponto de grevistas.
Confira a situação de cada setor:
SEGURANÇA PÚBLICA
A "Operação Dignidade" foi deflagrada. Viaturas e equipamentos que estão em situação de ilegalidade ou precariedade estão fora de circulação. Segundo o presidente da associação que representa os servidores de nível médio da Brigada Militar, Leonel Lucas, 20% do efetivo da BM foi retirado das ruas. A hipótese de aquartelamento, diz Lucas, somente será adotada se o governo fizer novo parcelamento de salários. Alguns policiais militares estão no quartel por não terem recebido fardas do governo estadual.
Presidente do Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores de Polícia (Ugeirm), Isaac Ortiz informa que somente 30% dos serviços serão mantidos nas delegacias. Somente crimes graves são registrados pela Polícia Civil - mas cada unidade tem avaliado caso a caso. Há delegacias da Capital, por exemplo, onde o serviço era normal na manhã desta quarta-feira.
Já os delegados declararam solidariedade aos servidores, mas decidiram manter as suas atividades normalmente, sem aderir à greve.
Às 16h desta quarta-feira, o Corpo de Bombeiros decidirá, em uma reunião do comando, se serão realizadas vistorias em prédios públicos em protesto contra o parcelamento de salários e outras medidas do governo de José Ivo Sartori.
EDUCAÇÃO
Escolas com aulas nesta quarta-feira são exceções. Zero Hora fez uma ronda pelas principais escolas da Capital e encontrou poucas em funcionamento. Aquelas que não aderiram totalmente à greve contam com aulas em turno reduzido, ou funcionam parcialmente, com poucos professores. A recomendação da Secretaria Estadual de Educação é que os pais liguem para as escolas para verificar a situação e decidir se levam ou não os filhos à instituição. Já segundo a presidente do Cpers, Helenir Schürer, a orientação é que os pais não levem os filhos às escolas.
Dirigentes do Cpers e Fessergs tiveram papel decisivo na aprovação da greve
TÉCNICOS CIENTÍFICOS
O atendimento no Hemocentro, Sanatório Partenon e Hospital São Pedro está em 30%. Nos hospitais, as perícias que já estavam agendadas devem ser cumpridas. A greve deve ser completa em setores como a fiscalização agropecuária e inspeção de produtos de origem animal.
BANCOS
O Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região (SindBancários) confirma, na voz do presidente Everton Gimenis, que não estão previstas paralisações e as agências devem funcionar normalmente. A entidade ajuizou uma ação pedindo o fechamento dos bancos caso a Brigada Militar opte pelo aquartelamento.
Sindilojas orienta comércio a funcionar normalmente durante a greve dos servidores
ÔNIBUS
Os rodoviários da Capital não têm nenhuma previsão de paralisar os serviços, e os ônibus estão circulando normalmente em Porto Alegre. De acordo com o secretário-geral do Sindicato dos Rodoviários, Sérgio Vieira, a categoria avalia risco aos trabalhadores.
"Se houver paradas, serão fatos isolados", dizem rodoviários
SAÚDE
De acordo com o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do Estado do RS (Sindisepe), Cláudio Augustin, as instituições estaduais de saúde praticamente não fazem prestação de serviço direto à população, porque a maioria dos estabelecimentos é municipalizado. Conforme o dirigente, no Hospital Sanatório Partenon, no Hospital Psiquiátrico São Pedro e no Hospital Colônia Itapuã, os pacientes internados terão atendimento com redução de pessoal, mas serão mantidos os serviços essenciais.
No Ambulatório de Dermatologia Sanitária, um comando de greve deve avaliar caso a caso para atender apenas as situações em que exista risco de vida. Segundo o presidente, em todos os locais de trabalho, como as coordenadorias de saúde e o Centro Estadual de Vigilância Sanitária (Cevs), a orientação para a categoria é garantir todos os serviços que sejam essenciais à vida.
Veja as fotos da assembleia que definiu a greve: