O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deu mais um passo nesta quarta-feira para se manter no cargo. Em eleição interna com mais de 980 membros do Ministério Público Federal (MPF), Janot foi o mais votado entre os quatro candidatos, com 799 votos.
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Junto com o segundo e o terceiro colocados - Mario Luiz Bonsaglia , com 462 votos, e Raquel Dodge, com 402 -, Janot integrará a lista tríplice que será apresentada à presidente Dilma Rousseff, que escolherá um dos nomes. A indicação precisará passar ainda pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e por votação secreta no Senado, após sabatina.
Embora não seja obrigatório, desde o início do governo Luiz Inácio Lula da Silva o governo indica ao Senado o nome mais votado da lista.
O atual mandato de Janot se encerra em 17 de setembro. Em março, Janot encaminhou ao STF e ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) pedidos de abertura de inquérito contra 54 políticos. Desse total, 13 são senadores, que votarão pela aprovação ou não do nome indicado pela presidente. Às vésperas da eleição, Janot enviou ontem uma mensagem pela rede interna do Ministério Público pedindo votos e defendendo sua gestão. Evitou falar da Lava-Jato e disse que a função de procurador-geral da República "não permite um segundo só de contemplação".
Confira o currículo dos quatro candidatos à formação da Lista Tríplice:
Rodrigo Janot Monteiro de Barros: É o atual procurador-geral da República e tenta a recondução. Ele ingressou no MPF em 1984, atuou como secretário-geral do MPU e foi presidente da ANPR no biênio 1995/1997. Janot graduou-se em Direito pela UFMG e especializou-se na área de Meio Ambiente e Consumidor na Scuola Superiore di Studi Universitari, em Pisa, na Itália.
Mario Luiz Bonsaglia: Doutor em Direito pela Universidade de São Paulo, Bonsaglia foi conselheiro do CNMP por dois biênios (2009/2011 e 2011/2013). Atualmente integra o Conselho Superior do MPF (2014/2016). É coordenador da 7ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF. Atuou como procurador regional Eleitoral em São Paulo de 2004 a 2008.
Raquel Elias Ferreira Dodge: Especialista na área criminal, a subprocuradora-geral da República ingressou no MPF em 1987. Mestre em Direito pela Universidade de Harvard, é membro titular da 2ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF. Entre os casos emblemáticos, destaca-se a atuação de Raquel na investigação da Operação Caixa de Pandora.