Fiscais agropecuários, responsáveis pelo controle de entrada e saída de animais, cruzarão os braços entre meio-dia e 18h ao menos até quinta-feira, por causa do parcelamento dos salários dos servidores estaduais.
Na manhã desta segunda-feira, entretanto, a movimentação foi tranquila no desembarcadouro, onde há maior concentração de profissionais - são cerca de 40, entre veterinários, técnicos e auxiliares de serviços gerais. Segundo os fiscais menos de 20 animais, a maioria de saída, passaram no desembarcadouro até as 10h.
- Avisamos todas as associações antes sobre a paralisação. Queremos mostrar nossa insatisfação com o governo, mas sem interferir tanto no funcionamento da feira - explicou o veterinário Wilson Hoffmeister, que coordena as atividades no turno da manhã.
A partir do meio-dia, os animais que forem levados para inspeção, procedimento realizado na chegada e saída da feira, terão de aguardar até as 18h para receberem atendimento.
Conforme o presidente da Associação dos Fiscais Agropecuários (Afagro), Antonio Augusto Medeiros, outros setores, como a documentação e a zootecnia, devem ser afetados pela paralisação - na Expointer 2015, atuam em torno de 60 fiscais.
- Temos que mostrar nossa força, por isso resolvemos paralisar durante a Expointer. A decisão de parar foi unânime, mas o processo é democrático, e sabemos que tem colegas que podem não aderir - explicou Medeiros.
Os reflexos da paralisação dos fiscais, que aderiram à mobilização dos servidores em função do parcelamento dos salários pelo governo do Estado, devem se intensificar ao longo da semana. Apesar da maior parte dos animais - cerca de 4,7 mil - já ter chegado à feira, ainda há mais de 2 mil previstos para chegar ao local, em função de competições e remates.
Somente para quinta-feira, quando haverá um leilão da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul, mais de 800 animais precisam ingressar na Expointer. Por causa da paralisação, a Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac) orienta os produtores a encaminharem os animais somente nos horários em que o serviço estará normalizado, das 6h ao meio-dia, e entre 18h e meia-noite.
No interior do Estado, a categoria deve manter 30% das Inspetorias de Defesa Agropecuária em funcionamento a partir desta segunda-feira. Os trabalhos de inspeção devem suspensos nos dias 2 e 3 de setembro.
O Rio Grande do Sul conta com aproximadamente 500 fiscais agropecuários, dos quais 150 atuam na fiscalização de estabelecimentos de inspeção estadual e os demais na defesa agropecuária, no nível central e inspetorias.