Autoridades da área de segurança pública começam a segunda-feira em busca das causas para o avanço de homicídios ocorrido no final de semana: foram pelo menos 30 no Estado - 18 deles, em Porto Alegre.
A resposta pode estar, para a promotora de Justiça da 1ª Vara do Júri da Capital, Lúcia Helena Callegari, em três fatores: nas saídas temporárias de apenados para o Dia dos Pais, na sensação de falta de policiamento motivada pelo parcelamento de salários e, principalmente, na escalada da criminalidade.
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- Entendo que a grande questão desse final de semana tenha sido o indulto de Dia dos Pais, comungado à questão que estamos em um final de semana com um grande número de saídas temporárias e à sensação da população de que os policiais não estão agindo tanto. Mas nós estamos em uma escalada do crime que, ou se toma conta, ou a criminalidade vai tomar conta - disse a promotora em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, na manhã desta segunda-feira.
Segundo Lúcia Helena, 1,2 mil presos dos regimes aberto e semiaberto foram liberados das penitenciárias gaúchas para o Dia dos Pais. A Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), porém, não confirma o dado. Ela ainda afirmou que Porto Alegre vive uma da violência superior a cidades como São Paulo e Rio de Janeiro: enquanto a capital paulista tem uma média de nove assassinatos para cada 100 mil habitantes, a capital gaúcha registra 32.
Na análise da promotora, um número maior de apenados nas ruas e a notícia de que policiais militares e civis adotaram uma espécie de operação-padrão até o pagamento integral dos salários pelo governo do Estado passa a criminosos a sensação de que "nesse final de semana, se podia matar".
Para estancar a insegurança, a promotora afirma ser necessário ter decisões mais duras da Justiça, investir no policiamento ostensivo e no trabalho de investigação, controlar as fronteiras para barrar a entrada de armamentos e monitorar as principais quadrilhas.
Ouça, na íntegra, a entrevista: