Assim como a publicação britânica Financial Times, o The New York Times também comentou a atual situação do governo brasileiro e questionou, por meio de editorial divulgado na última segunda-feira, os pedidos de impeachment contra Dilma Rousseff. Para a publicação norte-americana, forçar a saída da presidente do cargo sem evidência concreta de uma ação ilegal traria sérios danos para a democracia do país.
De acordo com o texto, nada indica que outro líder da mesma ala desempenharia um trabalho melhor à frente da economia caso Dilma fosse retirada do poder. Intitulado "Turbulência crescente do Brasil" (Brazils rising turbulence), o editorial também considera que, apesar de a presidente ser responsável pelas políticas e por parte do mau gerenciamento que enfraqueceu o país economicamente, isso não significa crime de responsabilidade da petista.
"Forçar a saída da senhora Rousseff do cargo sem qualquer evidência concreta de malfeito traria sério prejuízo para uma democracia que tem ganhado força ao longo de 30 anos, sem nenhum benefício em troca", destaca o texto.
Dentre outros aspectos, o The New York Times ainda afirma que a presidente não fez esforços para influenciar nas investigações sobre o esquema de corrupção na Petrobras e que tem enfatizado que ninguém está acima da lei. Entretanto, o jornal avalia que "o Brasil está em pedaços".
O texto também lembra que os protestos e a queda de popularidade da presidente são reflexos da crise do governo. No entanto, para o veículo, há "firmeza" nas instituições democráticas brasileiras.
Por fim, o texto comenta que, antes de melhorar, a situação do país deve piorar. "Mas a solução não deve ser minar as instituições democráticas, que são, no fim das contas, o que garante estabilidade, credibilidade e um governo honesto", indica o jornal.
*ZERO HORA