A paralisação dos servidores estaduais, que se estende por diferentes categorias do funcionalismo público, deve ser pouco sentido pela população no que diz respeito à segurança pública. Isso porque, no primeiro dos três dias de greve, os principais serviços - como policiamento ostensivo e registro de ocorrências graves - não sofrem reflexos da mobilização.
Na Polícia Civil, em protesto às medidas adotadas pelo governo Sartori para a contenção da crise financeira, servidores não registram casos que não consideram graves. Porém, cada delegacia avalia individualmente o que é grave e o que não é.
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Na 1ª Delegacia de Polícia (DP), na Rua Jacinto Gomes, por exemplo, foi informado que só serão atendidos crimes contra a vida. Já na 10ª DP, na Av. Protásio Alves, um cartaz na porta de entrada alertava que roubos a pedestre e de veículo, crimes ligados à Lei Maria da Penha, sequestros, furtos e acidentes de trânsito - além de homicídios e latrocínios - são registrados normalmente. Outras infrações, como estelionato e ameaça, estão sendo negados.
Na 17ª DP, todos os serviços eram oferecidos normalmente. Nas unidades visitadas por Zero Hora nesta manhã, nenhum cidadão teve de dar meia volta por conta das restrições.
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A Brigada Militar assegura que o policiamento ostensivo está garantido, mesmo com a paralisação. Em 26 km rodados pela área central da Capital, ZH cruzou por quatro viaturas e nenhum policial a pé. Na corporação, a mobilização se dá pela recusa em utilizar veículos e equipamentos em situação de precariedade ou ilegalidade. É a chamada "Operação Dignidade".
No 1º e no 9º Batalhão de Polícia Militar (BPM), não há qualquer menção sobre a paralisação dos servidores. A Associação dos Cabos e Soldados da BM (Abamf), informou que carros oficiais do Estado e de municípios serão abordados durante rondas para se verificar se a documentação está em dia.
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