Pela forma burocrática como é redigida, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) está longe de ser um assunto pop. Nunca recebeu a devida atenção porque, historicamente, o orçamento do Rio Grande do Sul é uma ficção repetitiva, como aquelas histórias em que se sabe nas primeiras páginas qual será o final.
Pois a LDO que será votada nesta terça-feira, a partir das 14h na Assembleia, e que baliza o orçamento de 2016, inova por escancarar a penúria das finanças e por traduzi-la em um índice que tira o sono dos servidores públicos e dos chefes dos poderes: 3%.
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Traduzindo, a LDO prevê que os gastos de 2016 não poderão crescer mais do que 3% em relação ao previsto para este ano. Na prática, significa congelamento de salários, que não terão reajuste em 2015. Porque 3% cobre apenas o chamado crescimento vegetativo da folha de pagamento. É o que a folha cresce mesmo que não se aprove qualquer novo aumento, por conta de promoções obrigatórias e de reposição mínima de servidores que se aposentam.
Embora a Constituição assegure a correção anual dos salários e exista uma lei fixando o piso do magistério, o Rio Grande do Sul não cumpre nem uma nem outra. A LDO com correção de 3% é compatível com a situação que o Estado vive, de retração econômica e operando no vermelho.
O governo esgotou o estoque de mágicas para cobrir o déficit e busca o equilíbrio entre receita e despesa. Como a inflação prevista para este ano é de 9%, o presidente do Tribunal de Justiça, José Aquino Flôres de Camargo, pressiona para que o Piratini aceite elevar a correção para, no mínimo, 6%. Nessa batalha, tem o apoio discreto do Ministério Público e do Tribunal de Contas.
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O dia promete ser tenso na Praça da Matriz. Sindicatos de servidores - incluindo o Cpers - estão mobilizados para pressionar os deputados a rejeitarem a proposta. A partir das 9h, os professores irão se concentrar em frente ao Legislativo, mas o acesso às galerias será restrito.
A presidência da Assembleia distribuiu apenas cinco senhas de acesso às galerias para cada gabinete parlamentar. A restrição incomodou os dirigentes sindicais:
- Vai ser difícil segurar os servidores. Essa é uma restrição ao direito democrático de manifestação - lamenta o presidente da Fessergs, Sérgio Arnoud.
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Rosane de Oliveira: hora da verdade para as finanças do Estado
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Rosane de Oliveira
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