Nesta sexta-feira, será realizada mais uma edição do Projeto Orelhinha em Porto Alegre. O evento é o começo do processo que viabiliza o acesso dos pacientes à cirurgia corretiva da orelha de abano por um preço mais baixo do que aquele cobrado em clínicas particulares: cerca de 70% a menos. O cirurgião plástico Marcelo Assis, de Campinas, no interior paulista, é o fundador do projeto, que funciona dentro da ong Instituto Orelhinha. Ele promoverá uma palestra neste dia para explicar como funcionam a cirurgia e o pós-operatório. Também receberá as inscrições e fará a primeira avaliação de cada caso. É possível fazer ter no mínimo sete anos para participar.
Será a sexta vez que Porto Alegre recebe o Projeto Orelhinha _ na Capital gaúcha, já
foram feitas as correções das orelhas de abano de mais de 2 mil pessoas.
- Terminamos de atender todos que foram cadastrados no início do ano e agora estamos recebendo novos interessados - explica Marcelo.
Autoestima
O médico atua em parceria com outros cirurgiões nas cidades onde o Projeto Orelhinha é realizado. Em Porto Alegre, os procedimentos são feitos no Hospital San Pietro.
- Considero uma cirurgia social, porque o impacto social que causa é muito grande. A correção tem reflexo na autoestima do paciente, que nos procura porque está sofrendo com problemas de relacionamento, normalmente causados pelo bullying de que são vítimas desde a infância. Imediatamente após a cirurgia, a vida dessas pessoas muda para melhor - destaca Marcelo.
É assim que se sente a professora Cíntia Letícia Oliveira Stolz da Silva, 28 anos, de Gravataí. Ela corrigiu as orelhas de abano há um ano, com encaminhamento do Projeto Orelhinha.
Mudança
Até a cor e o comprimento dos seus cabelos mudaram: os longos fios escuros deram lugar a um corte mais curto, com luzes.
- Usava faixas na cabeça para cobrir as orelhas e nunca podia prender o cabelo para o alto. Sofria com os comentários - diz Cíntia, hoje com a autoestima nas alturas.
As cirurgias para a correção da orelha de abano são ambulatoriais, com pouco risco.
Quanto custa
No Orelhinha, a correção sai por cerca de R$ 2 mil, e este valor pode ser parcelado em até dez vezes. Pelo Sus, o pedido deve ser feito na Unidade Básica de Saúde, onde o paciente será encaminhado para o cirurgião que definirá a necessidade ou não do procedimento. A Secretaria Municipal da Saúde não faz levantamento sobre o tempo que leva entre o primeiro atendimento e a cirurgia.
Antes de procurar o Projeto Orelhinha, onde pagou R$ 1.650, Cíntia tentou fazer a cirurgia estética numa clínica particular de Gravataí e pelo Sus:
- Na clínica, me cobraram R$ 6 mil, mas eu não tinha esse dinheiro para pagar à vista. Pelo posto de saúde de Gravataí, estou esperando a marcação há dois anos.
Para participar do Projeto Orelhinha
- É preciso fazer cadastro no site projetoorelhinha.com.br.
- O contato também pode ser feito por meio dos telefones 4062-0607.
- Outra opção é fazer o cadastro na sexta-feira, às 10h, no auditório da Amrigs, Avenida Ipiranga, 5.311, no Bairro Partenon, em Porto Alegre.