Após a Grécia ter entrado oficialmente em moratória, depois de deixar de pagar uma dívida de mais de 1,6 bilhão de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI), ministros de Finanças da zona do euro debaterão o novo pedido de resgate financeiro feito pelo governo de Alexis Tsipras na tarde desta quarta-feira. Antes disso, o Banco Central Europeu (BCE) deve avaliar a linha de liquidez emergencial concedida aos bancos gregos e há o temor de que a instituição possa apertar as condições da operação.
Com fim do prazo para pagamento ao FMI, Grécia está em moratória
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Ainda nesta manhã, o BCE realiza reunião para avaliar a evolução da linha de liquidez emergencial, operação conhecida pela sigla "ELA". Com o agravamento da crise, o volume de saques bancários cresceu rapidamente e o caixa dos bancos diminuiu ainda mais. Por isso, Atenas solicitou há alguns dias o aumento do montante oferecido ao sistema financeiro grego. O BCE, porém, negou o aumento da linha de crédito que atualmente empresta cerca de 89 bilhões de euros às casas bancárias da Grécia.
Diante das circunstâncias, os analistas não trabalham com a hipótese de aumento da linha de crédito. Ao contrário, há o temor de que o BCE poderia aumentar as exigências feitas ao sistema bancário grego. Isso pode acontecer porque, para ter acesso à ELA, os bancos precisam entregar ativos que servem como garantia da operação. Geralmente, são entregues títulos soberanos - nesse caso, gregos. Mas, com a piora da situação do país, os papéis oferecidos como garantia valem cada vez menos. Isso poderia levar o BCE a exigir mais garantias ou ainda apertar as condições da operação.
- O BCE poderá aumentar as margens de garantia dos financiamentos de emergência. Isso poderia aumentar ainda mais a pressão sobre os membros mais fracos do sistema bancário grego deixando o BCE exposto à acusação de asfixiar ainda mais a liquidez ou de interferência política. Isso deixará o banco em uma situação complicada e pode sugerir que provavelmente eles vão errar pelo lado da cautela e não farão nada - diz o analista da corretora CMC Markets em Londres, Michael Hewson.
A reunião do Eurogrupo, que estava marcada originalmente para o fim da manhã, foi adiada e acontecerá apenas no fim da tarde do horário europeu (início da tarde em Brasília).
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*AFP