O número 10 não é à toa. Ao pular da versão 8 para a lançada nesta quarta-feira, a Microsoft indica o fechamento de um ciclo, com a correção de defeitos graves e um teste de águas em novos setores. Gratuito para quem já tem Windows 7, 8 ou 8.1, o novo sistema operacional traz de volta o menu Iniciar, aposenta o Internet Explorer e mostra o Cortana, assistente de voz (surfando a onda da Siri, da Apple) da empresa dirigida por Satya Nadella.
Microsoft pula versão e anuncia Windows 10
Conheça prós e contras de 5 serviços para armazenamento de dados na nuvem
Por falar em Nadella, esse é o primeiro grande lançamento da companhia sob a batuta do americano com ascendência indiana - que substituiu Steve Ballmer e foi nomeado CEO por Bill Gates em fevereiro do ano passado. A intenção dele fica clara na frase do executivo destacada no evento desta quarta: "Queremos sair do momento em que as pessoas precisavam do Windows, para chegar a um momento em que as pessoas escolhem o Windows e, enfim, que elas amem o Windows". Gustavo Lang, diretor de Windows da empresa no Brasil considera essa versão quase um "Windows definitivo":
- Quando a gente introduz o Windows como produto, não precisaria ter o 10 na frente. É a nossa plataforma, e o nosso compromisso é mantê-la sempre atualizada. Já fui perguntado se a Microsoft atingiu a perfeição, mas é exatamente o contrário, queremos renová-la com muito mais rapidez, constantemente.
Especialistas reforçam a importância do novo Windows para a gestão de Nadella. Ousado, o sistema operacional indica possíveis caminhos para a empresa, principalmente pelo fato de unificar a experiência do usuário em diversas plataformas. O novo Windows estará disponível para PCs, tablets, smartphones, Raspberry Pi, Xbox One, HoloLens, entre outras.
- É a chance de a Microsoft se reposicionar. Passar a ter sistemas não só para desktop, mas para tablet, celular etc. Ela começa a botar as mãos num mercado que é todo da Android. E, ao disponibilizar o Windows de graça, a empresa passa a mensagem de que vende serviços, soluções, e deixa de ser uma companhia que vende o software - analisa Julio Machado, professor da faculdade da informática da PUCRS que trabalha junto ao Centro de Inovação da Microsoft na universidade e já testou as versões beta do sistema operacional.
Se o pulo do Windows 7 para o 8 foi um susto - o sistema operacional apresentou muitas mudanças que desagradaram os usuários e causou certa estranheza na base de consumidores -, a evolução para o 10 é mais suave. A blogueira Vanessa Nunes, especialista em tecnologia, descreveu a transição como "nada traumática", e o sentimento ao utilizar a nova versão, "de alívio". Isso porque defeitos - e mudanças antipáticas aos usuários - foram corrigidos.
O menu Iniciar é um organizador. E funciona, como sempre funcionou. A aposentadoria do Internet Explorer era quase uma obrigação - o produto já havia se tornado piada e chegou a ser descrito pela própria Microsoft como "o navegador que você ama odiar". Com o seu sucessor, o Edge, a experiência de navegação fica mais rápida, mais leve e mais atualizada.
Por último, o Cortana pode ser um atrativo bastante importante para possíveis novos consumidores. Bastante parecido com a Siri, software da Apple que responde a comandos de voz do usuário, o Cortana ainda não tem versão em português, o que atrapalha a experiência, mas parece ser uma evolução importante no escopo da Microsoft. A empresa garante que até o final do ano a versão para brasileiros estará disponível para os "Windows insiders" - grupo de usuários beta. Depois de aprovada, é liberada para todo mundo - ainda não há prazo oficial.
Com o update, a Microsoft espera que 1 bilhão de pessoas usem o Windows até 2018. Nos Estados Unidos, o Windows 10 Home custa US$ 119 (cerca de R$ 402) para quem não tem versões posteriores ao Windows 7 em seu computador. A versão Pro sai por US$ 199 (cerca de R$ 672).
*O repórter viajou a convite da Microsoft