Mal venceram a batalha contra a Grécia, os europeus foram em busca de um novo antagonista no cenário global. A contestação apresentada pela União Europeia contra o Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC) é pesada fala-se em 2,5 mil páginas , mas as consequências da abertura de um contencioso entre o bloco e o país podem não ter tanto impacto.
Como sabem os brasileiros, que venceram uma disputa contra os Estados Unidos sobre algodão na OMC, a organização internacional tem poucos poderes para impor sanções efetivas. De qualquer forma, como a queixa foi apresentada recentemente, ainda será preciso esperar alguns anos para ver resultado da ofensiva europeia.
Na avaliação do presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, o principal objetivo da UE é retardar eventuais avanços na negociação do acordo com o Mercosul. Não que as expectativas em torno do avanço fossem grandes, admite Castro.
- Mas, por via das dúvidas, eles estão sinalizando que não tem clima - interpreta.
O principal foco da UE, neste momento, é fechar um acordo de livre comércio com os Estados Unidos. A tentantiva de aproximação entre UE e Mercosul está parada há 10 anos. Agora que o comércio internacional voltou a declinar, cada um quer puxar o pouco que resta para a sua balança comercial. Embora considere que os europeus têm razão em algumas das alegações, Castro pondera que quase todos os países, de alguma forma, contrariam as regras da OMC. A política agrícola europeia é um exemplo de protecionismo.
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