Quando parece que as definições acerca do hospital regional terão um desfecho, prevalece a indefinição. Idealizado há mais de uma década para suprir a elevada demanda da saúde de Santa Maria e Região Central, a abertura da unidade segue sendo uma incógnita.
O empreendimento continua sem previsão de abertura. Até o momento, ele acumula um histórico de reuniões, técnicas e políticas. Nada mais. Na manhã de sexta-feira, houve mais uma reunião, em Porto Alegre, da Comissão Intergestores Bipartite (CIB). Para este encontro, esperava-se a pactuação em torno do nome da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), conforme prevê o convênio assinado, no fim do ano passado, pelo governo Tarso.
A Ebserh já administra o Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) e ficaria também com a gestão do regional. Contudo, o tema sequer entrou na pauta do conselho. A decisão cabe ao Estado, mas a Secretaria Estadual de Saúde ainda não se definiu. O saldo desse impasse recai justamente naqueles que não têm poder de decidir em torno da questão: a sociedade.
No próximo dia 16 ocorrerá em Santa Maria mais uma reunião. Os prefeitos da Associação dos Municípios da Região Central (AMCentro) debaterão, de novo, o tema. Recentemente, o Hospital de Caridade de Santiago apresentou uma proposta de assumir o regional, que, segundo o Estado, deve ser analisada pela CIB. Porém, a comissão afirmou ao "Diário" desconhecer qualquer proposta.
A obra, que consumiu mais de R$ 45 milhões, não deve abrir antes do final do primeiro semestre de 2016. A previsão é do deputado federal Osmar Terra (PMDB). Ele foi secretário de Saúde do Estado nos governos Rigotto (PMDB) e Yeda (PSDB) e fez frente à vinda do empreendimento para Santa Maria.
Terra é contra à administração do regional pela Ebserh. Ele ainda acrescenta outra questão que lhe preocupa: o formato do hospital. Para ele, o regional não pode ser um hospital-escola, mas, sim, um hospital geral, para acabar com a fila de espera para procedimentos simples de cirurgias.
O deputado estadual Valdeci Oliveira (PT) acredita que há uma morosidade que preocupa. Ele eleva o tom contra a gestão Sartori (PMDB) e cobra um definição em torno da Ebserh.
Já o deputado Jorge Pozzobom (PSDB) afirma que nos próximos dias terá uma reunião com o secretário de Saúde João Gabbardo. Pozzobom sustenta que a preocupação deve ser pela abertura imediata do regional.