Em corrida contra o tempo para fazer caixa e cumprir a meta de superávit fiscal, até o momento mantida em 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou que o governo quer abrir o capital de algumas companhias públicas. Em entrevista publicada neste domingo no jornal A Gazeta, do Espírito Santo, o ministro defendeu que a medida traria competitividade, mas evitou citar quais as empresas candidatas para a oferta de ações.
Ao justificar a importância de se fazer o ajuste fiscal com rapidez, Levy disse que é necessário tomar outras medidas, além das que já foram anunciadas.
- Tem algumas companhias públicas que estamos querendo abrir o capital. Elas ficarão mais competitivas, isso aumentará o valor delas, teremos um pouco mais de receita. ê um ganha-ganha - afirmou.
Questionado se estaria falando de privatização, Levy respondeu que "em alguns casos, você tem a passagem do controle também".
- Depois tem a parte das concessões. Todo mundo fala do tal custo Brasil. Uma das maneiras de diminuí-lo é melhorando a infraestrutura, para isso, a participação do capital privado é muito importante. Já temos uma boa experiência disso em todo o País - disse, citando áreas como rodovias, portos e aeroportos.
Sobre a avaliação da agência de classificação risco Moody's, que esteve em Brasília na semana passada, Levy foi reticente.
- Temos de trabalhar para que (a nota do Brasil) não seja (rebaixada) - se limitou a responder.
Levy afirmou ainda que já é possível ver uma redução na expectativa da inflação para o ano que vem.
- Na parte do emprego, talvez tenhamos mais alguns meses de desafio. Toda vez que se tem um ajuste, durante um certo período você terá problema com emprego. Até que a pessoa saia do setor que não é competitivo para o setor que é competitivo há uma fricção - ressaltou.