Em carta enviada na terça-feira aos credores e tornada pública nesta quarta-feira pelo jornal britânico Financial Times, o premier grego, Alexis Tsipras, aceita parcialmente a proposta das autoridades europeias apresentadas na semana passada, mas coloca novas exigências sobre a mesa.
Entre as condições de Tsipras para aceitar as medidas, estão algumas propostas que haviam provocado o impasse da semana passada. Os credores exigiam a extinção da EKAS, uma espécie de abono para aposentados de baixa renda, em 2017. Na carta, o premier aceita a extinção até o fim de 2019, mas mantendo intocados neste momento os ganhos de 20% dos beneficiados. Cerca de metade dos aposentados gregos recebe benefícios em valor inferior ao da linha oficial de pobreza do país.
Outra medida crucial é o aumento do Imposto sobre Valor Agregado (VAT, na sigla em inglês). Os credores propuseram que a alíquota do imposto nas ilhas gregas, vitais para o turismo do país, seja fixada em 13%. Pelo texto de Tsipras, seria mantido um desconto especial de 30% do valor a ser recolhido nas ilhas.
No texto, Tsipras diz que a Grécia "está preparada para aceitar" os termos oferecidos pelos credores, desde que submetidos a "emendas, adições e clarificações". O objetivo é garantir a extensão do segundo resgate ao país, que expirou ontem, e a elaboração de um terceiro, que havia solicitado ontem aos parceiros europeus e que havia sido recusado por teleconferência pelos ministros das Finanças na noite de terça-feira.
A carta do premier, que foi confirmada por várias fontes em Bruxelas, será debatida na teleconferência dos ministros das Finanças da zona do euro, que se inicia às 17h30min desta quarta-feira (12h30min no horário de Brasília), na capital belga.