Imagina percorrer mais de 31 mil quilômetros de bicicleta e conhecer 40 países em três anos de estrada? Pois foi exatamente isso que Karla Silva e André Cherri, ambos de 34 anos, fizeram. Na bagagem, lugares incríveis, como Holanda, Bélgica, França, Inglaterra, Marrocos, Croácia e Turquia.
A dupla de ciclistas, que mora em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, chegou a Santa Maria no último domingo e pretende ficar por aqui até sexta-feira.
A melhor parte é que nesta terça-feira, às 19h, eles participam de um bate-papo no Monet Plaza Shopping para contar toda essa experiência. Para participar, é só levar agasalhos ou alimentos não-perecíveis, que serão doados para uma instituição da cidade.
O Diário conversou com Karla para antecipar um pedacinho do bate-papo de hoje à noite. Confira:
Como vai ser a conversa com o público hoje?
Vai ser um bate-papo para contar um pouco como está sendo a nossa experiência, contar histórias, explicar como foi a nossa preparação, o planejamento e como é a recepção das pessoas nos lugares que passamos. Queremos deixar aberto para o pessoal fazer perguntas, porque muita gente tem curiosidade.
Como decidiram começar o projeto?
Tínhamos vontade de fazer uma viagem de um ano, no máximo, e a ideia era fazer um mochilão. Mas tivemos acesso ao livro do Argus Caruso, que traz fotografias sobre uma viagem de bicicleta superbacana. O André, meu marido, que é fotógrafo, ficou uns dias quietinho, estudando. Um dia cheguei em casa e ele me perguntou se a viagem poderia ser de "bike". Gostei muito da ideia. E o que era para ser um ano virou três.
Como vocês se sustentam enquanto estão na estrada?
Planejamos a viagem durante dois anos e meio para juntar a grana para comprar os equipamentos, as bicicletas. Temos um apartamento em São Paulo, que está alugado, então vivemos com o dinheiro do aluguel. A viagem de bicicleta é mais econômica comparada com uma viagem turística. Ficamos muito em casas de famílias, ou acampamos. Gastamos praticamente só com comida. Ou seja, não é impossível.
Qual a melhor parte da vida na estrada?
A parte mais legal é o contato direto com as pessoas. Por onde a gente passa é muito difícil ter um lugar em que a gente não pare para conversar com alguém. As pessoas têm a tendência de ajudar, oferecer água, café. Nos convidam para ficar nas suas casas. O melhor tem sido esse contato humano.
E a parte mais difícil, qual foi?
Pedalar nos climas extremos. Quando está muito quente ou muito frio, como no Peru, que tivemos que desistir de pedalar em um pedaço por causa do frio e da estrada ruim, aí tivemos que pegamos carona.
Até quando pretendem viajar?
Não temos um prazo determinado. Pedalando a gente chega em Ribeirão Preto, que é o nosso destino final, em um mês e meio. Estamos indo devagar, não tem data cravada. Se tiver mudança de planos, tudo bem, a gente atrasa.
E quais são os planos depois que a viagem acabar?
Queremos fazer um livro fotográfico contando as histórias que vivenciamos, as pessoas que nos ajudaram. Eu sou nutricionista e penso em escrever um livro de receitas também. Além disso, temos bastante vídeos, vamos tentar apoio para fazer um documentário.