Os alvos Operação Politeia mostraram indignação com as buscas realizadas na manhã desta terça-feira pela Polícia Federal. O senador e ex-presidente Fernando Collor fez a declaração mais contundente, mas outros suspeitos seguiram a mesma linha e consideraram abusiva a ação policial.
Advogado do presidente do PP e senador Ciro Nogueira (PI), Antonio Carlos de Almeida Castro considerou a busca desnecessária.
- O senador se colocou à disposição, ofereceu seus sigilos, prestou depoimento. Infelizmente no Brasil de hoje os atos invasivos passam a ser a regra - disse.
Humberto Trezzi: devassa da Lava-Jato contra três lideranças políticas é um recado
PF apreende Ferrari, Porsche e Lamborguini na casa de Collor
Outro integrante do Senado, Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) se manifestou por meio de assessores. Em nota, a assessoria afirma que Bezerra manifesta confiança nas autoridades que conduzem o processo de investigação "e continua, como sempre esteve, à disposição para colaborar com os ritos processuais e fornecer todas as informações que lhe forem demandadas; inclusive, de documentos que poderiam ter sido solicitados diretamente ao senador, sem qualquer constrangimento".
Líder do PP na Câmara, o deputado federal Eduardo da Fonte (PE) também se manifestou por meio de nota. "Estou à disposição da Justiça para colaborar no que for possível para esclarecer logo todos os fatos", escreveu.
O ex-ministro Mário Negromonte negou que tenha recebido vantagens indevidas "em qualquer cargo público que tenha ocupado" e afirmou que jamais contribuiu para prática ilícita.
Ao Diário Catarinense, ex-deputado federal João Pizzolatti classificou a operação como "truculenta", mas garantiu que permanece à disposição da Polícia Federal.
- Defendo qualquer tipo de investigação e estou à disposição da Justiça. Mas me surpreendeu a forma com que o mandado foi cumprido - avaliou.
Operação Politeia
Nesta terça-feira, a Polícia Federal cumpriu 53 mandados de busca e apreensão. A operação, batizada de Politeia, é a primeira deflagrada no âmbito dos inquéritos abertos em março no Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar suposto envolvimento de políticos no esquema de desvios da Petrobras descoberto pela Operação Lava-Jato. As ações foram realizadas em Brasília e em seis Estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Alagoas, Bahia, Santa Catarina e Pernambuco.
Entenda as fases da Operação Lava-Jato:
* Zero Hora, com agências