Passaram-se 30 dias da ação de criminosos no Edifício Vivendas Bela Vista, no bairro Rio Branco, em Porto Alegre, e a polícia ainda vasculha pistas de ataques semelhantes ocorridos no passado para tentar identificar os assaltantes. Algumas linhas de apuração avançaram, mas a Delegacia de Roubos evita revelar detalhes para não comprometer o trabalho.
Pelo menos 15 pessoas foram ouvidas - entre vítimas, funcionários e prestadores de serviço do condomínio. Outros depoimentos ainda devem ocorrer e perícias estão sendo realizadas. O caso é apurado por uma delegacia especializada do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) justamente pela convicção de que se trata de ação de um grupo organizado.
- O trabalho com organizações criminosas não é tão simples, pode durar meses para ter resultado. Esses grupos atuam com funções definidas e divididas, o que pode dificultar o rastreamento - explica Joel Wagner, titular da Roubos.
Fuzil e máscaras foram utilizados no assalto
Bando era liderado por homem com distintivo da Polícia Federal
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A ação ocorreu na manhã de 18 de maio. Pelo menos sete homens bem-vestidos e com armamento pesado invadiram o condomínio usando dois carros. A polícia já sabe que um veículo era um Corolla. O grupo se dividiu em vários pontos do prédio. Três apartamentos foram alvo do assalto.
Deic vai iniciar investigação do assalto pela análise de casos anteriores
A partir dos depoimentos coletados, está confirmado que um dos criminosos usava terno e uma espécie de distintivo, semelhante ao da Polícia Federal. Esse homem ficou nas proximidades da portaria do prédio e avisava a moradores que tentavam sair e a funcionários que chegavam que estava ocorrendo uma operação da PF no local. Inicialmente, ele estava com o rosto descoberto. As pessoas foram reunidas em um único apartamento, enquanto o restante do grupo agia no prédio de nove andares. Até ontem, ninguém foi preso.
Apesar de contar com sistemas de segurança, o prédio acabou sendo invadido pelo bando. O sistema de câmeras, por exemplo, tinha central de gravação no próprio local. Os bandidos levaram a CPU. Outro ponto ainda sob apuração é sobre como eles acessaram com tanta facilidade a garagem. A delegacia descartou que a ação no edifício tenha ligação com outros ataques em prédios, entre abril e maio, nos bairros Moinhos de Vento e Bela Vista.