Depois de quase três anos e algumas mudanças de data na marcação do julgamento, na próxima segunda-feira, um dos casos mais misteriosos e que abalou a pequena cidade de Agudo, deve ter o seu primeiro desfecho na Justiça. A mãe da jovem Daniela Ferreira, Celi Fuchs, mulher humilde e de poucas palavras, espera que a justiça seja feita no julgamento, mas o seu principal desejo é que o réu, Rogério de Oliveira, suspeito de ter estuprado e matado Daniela e, depois, ter ocultado o seu cadáver, em 2012, revelasse onde escondeu o corpo da jovem.
- Eu quero que ele abra a boca, que ele fale onde deixou a Daniela. O que mais quero é, pelo menos na hora que eu me sentir triste, comprar uma flor, rezar para ela, levar essa flor para ela, sabendo onde ela está. Vou levar uma flor para onde se não sei onde ela está? - lamenta a mãe.
Mesmo quase três anos após o fato, que aconteceu na madrugada de 29 de julho de 2012, Celi diz que, para ela, o tempo não passou e a dor de não ter mais a filha, que também era sua grande amiga, é como se uma parte do seu corpo tivesse sido arrancada.
- Parece que isso aconteceu na semana passada, não dá para acreditar que já vai fazer três anos que estou sem a minha Daniela em casa. Dói muito. Ele tirou todos os meus direitos de, ao menos, me despedir dela. É um pedaço de mim que vai ficar faltando para o resto da minha vida - diz.
Para o advogado da família, Daniel Tonetto, não há dúvidas de que Oliveira é culpado e que será condenado:
- Já faz três anos. A expectativa é grande e, com certeza, ele será condenado, até porque não tem a menor dúvida de que ele é culpado - reforça.
Defesa do réu usará cartas
O advogado Sérgio dos Santos Lima, responsável pela defesa de Rogério de Oliveira, diz que a argumentação que será usada no julgamento está baseada nas cartas escritas pelo réu - o "Diário" teve acesso a elas, o que foi tema de uma reportagem publicada na edição do último fim de semana. Nelas, o suspeito diz ter sido vítima de uma farsa, alegando "que se aproveitaram dos seus péssimos antecedentes criminais para dar uma resposta ao caso".