Disposto a aumentar impostos e acabar de vez com aposentadorias antecipadas, o governo grego tenta evitar de qualquer maneira um calote no cresdores internacionais. Sem um acordo com Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI), o país corre o risco de ser obrigado a sair da Zona do Euro - cenário que a população enfrenta com preocupação.
Os demais países membros da União Europeia (UE) pressionam para que o governo grego chegue a um denominador comum com os credores em relação a medidas orçamentárias e fiscais que ainda impedem uma nova renegociação da dívida pública grega. A data limite é 30 de junho, quando vence uma dívida de 1,6 bilhão de euros com o FMI.
Mesma situação dos 6,7 bilhões de euros que devem ser pagos ao BCE em julho e em agosto. Caso não chegue a um novo acordo e confirme o calote aos credores, o destino da Grécia é incerto. O mais provável é que o Banco Central Euroupeu limite assitência aos bancos gregos, umas uma das poucas fontes de recursos que restam ao país.
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Isso significaria a imposição de um controle de capitais para evitar maiores sangrias nos depósitos - ou seja, os cidadãos gregos passariam a ter um limite de saque nas contas correntes e popupanças, uma alternativa para evitar a quebradeira geral das instituições financeiras.
Estratégia semelhante já foi adotada na Argentina e levou o nome de "corralito". Nesse caso, o governo poderia ser obrigado a emitir letras de câmbio -uma espécie de título de crédito -para pagar os salários dos funcionários públicos e aposentados. E, a médio prazo, se não conseguir um acordo, criar uma nova moeda abrindo mão do euro.
Esse cenário é uma oportunidade para que a Grécia possa sair da crise, na avaliação de alguns analistas, mas também representa um grande risco. A introdução de uma moeda nacional poderia desencadear um círculo vicioso de inflação galopante, mercado negro e pobreza generalizada no país.
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A incerteza sobre o futuro grego fez com que nos últimos dias os saques tenham aumentado consideravelmente nos bancos gregos, chegando a 3 bilhões de euros só na semana passada. Pesquisas mostram que a maior parte dos gregos é favorável à permanência. O último levantamento, realizado entre os dias 11 e 17 de junho pela empresa Public Issue e publicada pelo jornal "Avgi", mostra que 60% da população apoia o euro. Outros 36% são contra.
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