A Juíza da Vara de Execuções Criminais do Foro de Charqueadas Vanessa Lílian da Luz aceitou nesta sexta-feira a denúncia do Ministério Público (MP) contra nove envolvidos na morte do traficante Cristiano Souza da Fonseca, conhecido como Teréu, ocorrida no dia 7 de maio dentro do refeitório da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc).
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A partir de agora, Ubirajara da Silva Barbosa, Paulo Márcio Duarte da Silva, Luciano Alves Pereira, Rudinei Henrique de Abreu, Rudinei Pereira da Silva, Fernando Gilberto de Oliveira Araújo, Daniel Pereira Lopes, Paulo Leonardo Paixão Moraes e Erick Brum Paz são acusados por crime hediondo, homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe), por meio cruel (em razão da asfixia) e pelo uso de medida que dificultou a defesa da vítima.
Na decisão, a magistrada também aceitou o pedido do Ministério Público para requisitar cópias à Susepe do Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) aberto para aprofundar as investigações em relação às condutas culposas de dois agentes penitenciários indiciados que trabalhavam na Pasc.
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Ainda foram solicitados os relatórios relativos à interceptação telefônica - já autorizada judicialmente - contra quatro funcionários públicos.
O crime
Dois dias após ser transferido do Presídio Central para a Pasc, Teréu foi morto por asfixia e estrangulamento em um refeitório da prisão de Charqueadas. Imagens flagraram um grupo de presos participando do crime.
Confira a atuação de cada um dos indiciados no crime, conforme a Polícia Civil:
Ubirajara da Silva Barbosa (conhecido como Bira): Responsável por visualizar e cuidar a movimentação da guarda do presídio no crime. Ao perceber que os agentes não estavam atentos, fez o sinal para que o crime fosse executado. Depois, distraiu dois presos ligados a Teréu no corredor do presídio para evitar que impedissem a morte do traficante.
Paulo Márcio Duarte da Silva (conhecido como Maradona): Recebeu o sinal de Ubirajara e avisou outros três apenados para que dessem início à ação. Foi ele quem colocou a segunda sacola sobre a cabeça de Teréu.
Luciano Alves Pereira: Derrubou a vítima e a imobilizou com auxílio de outros dois presos. Posteriormente, colocou a primeira sacola sobre a cabeça de Teréu.
Rudinei Henrique de Abreu: Agiu no estrangulamento da vítima. À polícia, admitiu participação no crime.
Rudinei Pereira da Silva: Com Luciano e Rudinei Henrique, participou do estrangulamento do traficante.
Fernando Gilberto de Oliveira Araújo: Bloqueou a porta de acesso ao refeitório para evitar que apenados deixassem o local. Também se posicionou em local que dificultava que os guardas visualizassem o interior da sala. Foi quem levou as duas sacolas para a execução.
Daniel Pereira Lopes: Circulou dentro e fora do refeitório durante a ação. Ele auxiliou na execução ao dificultar a respiração de Teréu pisando sobre o seu corpo da vítima, na região do tórax, por cerca de 26 segundos. Depois, ajudou a arrastar o corpo.
Paulo Leonardo Paixão Moraes: Cuidou da movimentação da guarda e, com a vítima próxima a seus pés, continuou comendo - dando uma aparência de normalidade à ação.
Erick Brum Paz: Também circulou dentro e fora do refeitório durante a execução, ajudou a limpar o corpo da vítima e o chão e verificou os sinais vitais de Teréu depois de morto. Ele ainda retirou as sacolas da cabeça do traficante e as eliminou.