Não estanca a sangria dos depósitos da caderneta de poupança, o que causa problemas para o financiamento da casa própria. De janeiro a maio, as retiradas superaram os depósitos em R$ 32,2 bilhões, e 10% desse valor fugiu só no mês passado. Ainda há muito dinheiro depositado no instrumento mais popular de aplicações financeiras no Brasil: são R$ 648,8 bilhões.
Poupança tem nova perda em maio, e acumulado em 2015 chega a R$ 32,28 bilhões
Mas talvez fosse um bom momento para rever, de novo, as regras da poupança. Boa parte das retiradas ocorre porque os aplicadores mais informados sabem que outras opções rendem mais, como fundos de renda fixa, com lastro em títulos do governo, e os CDBs, baseados em trocas de recursos entre bancos. Mas outra parte saca dinheiro da poupança para construir a ponte que pode permitir atravessar a crise.
Trabalhadores demitidos e pequenos empresários em dificuldades apelam para as reservas formadas exatamente para esse fim: socorro na hora difícil. Em 2012, para adequar a "caderneta" à nova realidade do juro básico (na época, abaixo de 8,5% e caindo), o governo mudou regras que existiam desde 1861 e os poupadores se mantiveram firmes. Agora seria um bom momento para retribuir. Não subsidiando. Só igualando as condições entre mais e os menos informados.
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