No ano do centenário do genocídio armênio, o Senado brasileiro tomou uma decisão louvável na terça-feira. Em voto de solidariedade amparado em requerimento com assinaturas de 55 dos 81 parlamentares, a Casa homenageou as vítimas dos massacres perpetrados por autoridades, militares e civis do Império Otomano contra os armênios em 1915.
O texto, proposto pelos senadores Aloysio Nunes Ferreira e José Serra, ambos do PSDB de São Paulo, afirma que "nenhum genocídio deve ser esquecido, para que não volte a acontecer".
Com o voto de solidariedade, o Senado soma-se ao Parlamento Europeu e a dezenas de outras casas legislativas que reconhecem o sucedido aos armênios otomanos como um genocídio, ou seja, tentativa de erradicar, por meio de violência, fome e maus-tratos, uma parte da população de um país ou região por razões étnicas, religiosas ou políticas.
Para não ficar atrás, o governo brasileiro poderia imitar o gesto e utilizar a mesma expressão para caracterizar a sorte dos armênios. Não estaria fazendo nenhum favor às vítimas. Uruguai, Argentina, Chile e Venezuela estão entre os países que reconhecem o genocídio armênio.
Centenário do massacre de armênios é marcado por homenagens e negações
As Assembleias Legislativas do Paraná e do Ceará também o fizeram, e o Estado de São Paulo instituiu o dia 24 de abril, marco inicial das perseguições, como Dia do Reconhecimento e Lembrança às Vítimas do Genocídio do Povo Armênio. Em matéria de crimes contra a humanidade, nunca é tarde para a justiça histórica.
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