Um dia antes da reunião de cúpula europeia em Bruxelas, o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, telefonou para a chanceler alemã Angela Merkel, o presidente francês, François Hollande, e o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, para tentar um acordo e encerrar de vez o impasse em torno da dívida grega.
A sugestão grega é manter os três tipos do Imposto sobre o Valor Agregado (IVA), a 6,5%, a 13% e a 23%, como proposto anteriormente, mas mudar a taxação sobre alguns alimentos e o setor hoteleiro para aumentar a arrecadação, como pedem seus credores.
Grécia intensifica contatos antes de reunião decisiva
Quanto às aposentadorias - uma das questões que mais gera conflito com os credores - o governo grego pensa em abolir as aposentadorias antecipadas a partir do próximo ano, o que geraria uma economia de 200 milhões de euros, assim como reduzir os benefícios mais elevados.
Sem um acerto, a Grécia não deve conseguir pagar os 1,6 bilhão de euros devidos ao FMI. Mesma situação dos 6,7 bilhões de euros que devem ser pagos ao BCE em julho e em agosto.
Governo grego pressiona Angela Merkel para encontrar uma solução
Após declarar a falta de pagamento, o banco central Europeu (BCE) limitaria o acesso da Grécia ao mecanismo de assistência aos bancos (ELA na sigla em inglês), uma das poucas fontes de recursos do país. A instituição monetária europeia aumentou em duas ocasiões esse índice nesta semana, chegando até 87 bilhões de euros.
Governo grego declara guerra ao FMI
O ministro de Estado grego Nikos Pappas, um dos coordenadores das negociações, defende que o Fundo Monetário Internacional (FMI) não deveria continuar participando na ajuda financeira à Grécia.
- Sou um dos que pensa que o FMI não deveria estar na Europa. Espero que encontremos uma solução sem a sua participação - afirmou o colaborador do primeiro-ministro Alexis Tsipras ao jornal Ethnos.
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Pappas considera que a Europa "não precisa" desta instituição com sede em Washington, que tem "uma agenda unilateral e em nada europeia", e que o continente pode "seguir adiante sem ela e seu dinheiro".
O FMI se associou em 2009 à União Europeia e ao Banco Central Europeu (BCE) para a aplicação de um plano de ajuda financeira à Grécia, país sem acesso aos mercados por sua gigantesca dívida pública.