Cerca de 30 ex-operários de obras das creches do Proinfância em Santa Maria se reuniram, na tarde desta quinta-feira, para protestar pelo atraso no pagamento de salários. Os operários eram contratados pela DP Ayres, empresa terceirizada pela MVC, responsável pelasobras do programa em todo o Estado. Ele foram demitidos em maio e contam que, além do salário de um mês em atraso, a construtora deve pagar a multa rescisória e o Fundo de Garantia.
Em 22 de maio, os funcionários fizeram um acordo com a empresa, que pagaria os valores em quatro parcelas, sendo a primeira em 10 de junho. Eles reclamam que ainda não receberam nada. João Carlos Costa da Silva, 55 anos, foi contramestre da obra na Nova Santa Marta durante um ano e três meses.
- Até março (deste ano), eles nunca tinham atrasado nada. Depois, atrasavam dois ou três dias, mas pagavam. Agora eles não pagaram. A gente acreditou no acordo e não quer mais do que é nosso direito - lamenta.
Em contato com o "Diário", Rodrigo Manente, consultor administrativo e financeiro da DP Ayres explicou que a empresa sabe que há rescisões de contratos em Santa Maria que não foram pagos e que o acordo de parcelamento foi feito porque a empresa não teria condições de pagar a vista. Ele não determinou um prazo, mas disse que espera que, nos próximos 10 dias, o pagamento possa ser feito:
- Não é intenção da empresa deixar de pagar. A partir do dia 10, faltou dinheiro e não temos hoje como cumprir o acordo.
Vereadores pediram explicações
Na tarde de terça-feira, os vereadores de uma comissão especial que acompanha as obras das creches se reuniu com representantes da MVC, empresa paranaense responsável pelas obras das creches em Santa Maria e em todo o Estado.
A MVC se comprometeu a retomar as obras de duas creches, na Nova Santa Marta e no Residencial Lopes em setembro e concluir as obras até o final do ano. As outras três creches no bairro Medianeira, Residencial Montebello e Diácono João Luiz Pozzobom devem ser retomadas em janeiro do ano que vem. A promessa é que as obras fiquem prontas até junho de 2016.
A prefeitura de Santa Maria está encaminhando a rescisão do contrato com a empresa para as outras cinco creches que ainda não começaram a obra. Depois da rescisão, elas devem ser licitadas novamente, desta vez o processo licitatório deve ser feito pela prefeitura, e não pelo governo federal.