Símbolo o uso desproporcional da força policial contra os professores em protesto no Paraná, a professora de história Angela Alves Machado, 38 anos, afirma não pertencer a sindicato e nem a partido político.
Em registro fotográfico que foi capa das principais publicações do país, Angela corre de um grupo de policiais do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope).
Em entrevista ao jornal Gazeta do Povo, a professora, que atua em dois colégios estaduais em São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba, afirmou que " tinha intenção de entrar na Assembleia Legislativa, mas que não participa sindicato, não tem vínculo com partido político e não é black bloc."
Angela conta que foi uma das primeiras professoras a furar o bloqueio policial em frente da Assembleia. Mas logo foi retirada de lá. Policiais militares a levaram para uma área ao lado do Palácio Iguaçu e tentaram convencê-la a desistir do movimento:
- Quando a grade e o bloqueio foram rompidos, policiais me seguraram pelo braço e me levaram para lá. Achei que vivia em um estado democrático de direito. Eles me diziam que era melhor eu ficar ali.
Os policiais não a detiveram e Angela acabou voltando para a manifestação. O tumulto tomou conta da rua e a tropa de choque da PM começou a ir em direção a ela. Cerca de 20 policiais batiam os bastões em seus escudos, tornando o momento ainda mais tenso.
- Eu vi que eles foram avançando. Já tinha ouvido aquele barulho no dia 12 de fevereiro [data de outra manifestação de professores neste ano]. Eu só me sentia indignada. Achei que jamais iria presenciar isso. Me deu uma coisa. Acabei virando e falando com eles para falar que ninguém estava fazendo nada. Dizia também para eles não machucarem ninguém. Falei que não era marginal. Que sou mãe de três filhos - disse.